Na manhã de hoje (23) em São Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comunicou que o governo federal está sempre aberto ao diálogo e não vê problemas em “corrigir a rota”, após revisar parte da medida que elevava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Durante uma coletiva de imprensa, Haddad declarou: “Não temos nenhum problema em corrigir a rota, desde que o rumo traçado pelo governo seja mantido“. Ele enfatizou a importância de reforçar o arcabouço fiscal e cumprir as metas de saúde financeira do Brasil.
Na noite de ontem (22), o Ministério da Fazenda anunciou que, após diálogo e avaliação técnica, iria restaurar a alíquota de IOF zerada sobre aplicações de investimentos de fundos nacionais no exterior.
Haddad comentou que a revisão foi feita para evitar “especulações” que poderiam desestimular investimentos no Brasil. Segundo o ministro, “O impacto é muito baixo. Estamos falando de menos de R$ 2 bilhões, considerando que todas as medidas anunciadas totalizam cerca de R$ 54 bilhões”.
Contingenciamento de R$ 31 bilhões
O governo também anunciou um contingenciamento de R$ 31 bilhões do Orçamento para padronizar as alíquotas do IOF e incluir novos setores no tributo, visando reforçar o caixa do governo com uma expectativa de arrecadação de R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026. Contudo, a revisão do IOF reduziu em R$ 2 bilhões a previsão de arrecadação deste ano e em R$ 4 bilhões para o próximo ano.
Haddad reconheceu que a revisão ocorreu após pressão do mercado e abriu-se a sugestões de operadores do mercado financeiro, garantindo que a comunicação continuará fluida com os parceiros tradicionais.
Diálogo com o Banco Central
O ministro também abordou questões referentes à comunicação com o Banco Central, esclarecendo que temos um governo e uma instituição autônoma. “Eu falarei com o Gabriel Galípolo frequentemente e não revejo decisões do Banco Central”, afirmou.
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