iFood implementa reajuste de até 15,4% para entregadores a partir de junho

O iFood anunciou na terça-feira, 29, uma série de medidas para seus entregadores, que entrarão em vigor no dia 1º de junho. As ações incluem reajustes de até 15,4% nas taxas mínimas por entrega e uma ampliação nas coberturas do seguro pessoal.

Os novos valores variam conforme o modal de entrega utilizado. Para motocicletas e carros, a taxa mínima aumentará de R$ 6,50 para R$ 7,50, o que representa um acréscimo de 15,4%. Os entregadores que utilizam bicicleta passarão a receber R$ 7,00 por entrega, uma alta de 7,7%.

Esses ajustes superam a inflação acumulada em 2024, estimada em 4,8% segundo o INPC. Desde 2021, os reajustes para entregadores de moto somam 41,2%, enquanto para bicicletas o aumento é de 31,8%, ambos valores acima da inflação acumulada de 29,3% no mesmo período.

Pelo trabalho realizado, os entregadores ainda contam com pagamentos adicionais por quilômetro rodado e por entregas extras na mesma rota.

Novos benefícios e proteções

Em adição aos reajustes, o seguro pessoal gratuito oferecido pela plataforma será aprimorado. A cobertura para incapacidade temporária, por exemplo, aumentará de 7 para 30 dias, e a indenização por morte ou invalidez total será elevada para R$ 120 mil. O plano agora incluirá também despesas médicas, auxílio funeral, apoio emocional às famílias e ajuda educacional para filhos menores.

Além disso, entregadoras terão acesso a benefícios exclusivos, como auxílio em situações de **câncer de mama** ou **útero**, licença para cuidar de filhos doentes, apoio à gestação e um valor anual direcionado ao bem-estar.

Outro programa novo é o “Meu Diploma do Ensino Médio”, que começará em 2025 e proporcionará 35 mil bolsas integrais para cursos preparatórios ao Encceja.

Mobilização e contexto

O comunicado do iFood surge um mês após o terceiro “Breque dos Apps”, um movimento que mobilizou entregadores em mais de 60 cidades do Brasil. A paralisação, que ocorreu nos dias 31 de março e 1º de abril, pedia melhorias nas condições de trabalho, como a taxa mínima de R$ 10 por entrega, aumento na remuneração por quilômetro rodado e pagamento integral em entregas agrupadas.