O cargueiro Morning Midas, que pegou fogo em junho com mais de 3.000 carros zero km a bordo, afundou em águas internacionais ao sul do Alasca na última segunda-feira (23), conforme informou a Guarda Costeira dos EUA.
O naufrágio ocorreu a 5.000 metros de profundidade, por volta das 16h35 (horário local), em uma região remota do Pacífico Norte, a aproximadamente 770 km da costa do Alasca. Segundo a operadora Zodiac Maritime, o casco do navio foi comprometido por semanas de incêndio e condições climáticas adversas, levando a água a invadir os compartimentos e resultado em seu afundamento.
O Morning Midas transportava combustível e óleo pesado; em seu interior havia 350 toneladas de gás combustível (MGO) e 1.530 toneladas de óleo combustível de baixo teor de enxofre (VLSFO). Essas cargas geram preocupação com possíveis vazamentos e danos ambientais.
As operações de monitoramento ambiental permanecem em andamento. Rebocadores equipados com tecnologia antipoluição foram posicionados na área pela Guarda Costeira dos EUA, porém até o momento não foram observadas manchas de óleo ou detritos flutuantes. Uma terceira embarcação, o navio Endeavour, foi enviada para auxiliar na vigilância.
As chamas tiveram início na área onde estavam os carros elétricos, com fumaça registrada em 3 de junho, quando o navio estava a 490 km da Ilha Adak. Os esforços da tripulação para conter o incêndio foram em vão.
O Morning Midas transportava entre 3.048 e 3.159 automóveis, incluindo de 65 a 70 elétricos e 681 híbridos. Essas informações são corroboradas por relatórios da Guarda Costeira dos EUA e da Zodiac Maritime.
A equipe de 22 tripulantes conseguiu abandonar o navio em segurança após o início do incêndio. Eles foram resgatados por uma embarcação mercante que transitava pela região.
As equipes de salvamento, incluindo os rebocadores Gretchen Dunlap e Garth Foss, atuaram na área sob a coordenação da Resolve Marine nos dias 9 e 16 de junho.
Destino do navio e implicações do acidente
O Morning Midas, construído em 2006 e operando sob a bandeira da Libéria, era operado pela britânica Zodiac Maritime e fretado pela chinesa Anji Logistics, responsável por marcas como Chery e GWM. O destino final da embarcação era o porto mexicano de Lázaro Cárdenas, após partir de Yantai, na China, em 26 de maio disponível para transporte.
Casos semelhantes e seus impactos
Historicamente, incidentes marítimos semelhantes resultaram em perdas humanas e prejuízos significativos:
- Sincerity Ace: cinco mortes no fim de 2018 no Pacífico com 3.500 carros da Nissan.
- Grande Europa: dois incêndios em maio de 2019, perto de Palma de Maiorca.
- Grande America: afundou em 2019 levando 2.100 veículos raros.
- Höegh Xiamen: incêndio em 2020 devido a falha na bateria mal desconectada.
- Felicity Ace: afundou em 2022 com cerca de 4.000 veículos de luxo.
- Fremantle Highway: incêndio em 2023 resultou em alerta internacional sobre segurança.
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