RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) apresentou uma desaceleração de 0,64% em março, comparado ao 1,23% registrado em fevereiro, conforme dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Esse resultado ficou abaixo das expectativas do mercado, que previa uma alta de 0,69%, de acordo com a agência Bloomberg. As previsões variavam entre 0,6% e 1%.
No acumulado em 12 meses, o IPCA-15 alcançou 5,26% até março, aumentando em relação aos 4,96% em fevereiro, sendo esse o percentual mais alto desde março de 2023, quando foi registrado 5,36%. Este índice se distancia do teto da meta de inflação de 4,5% para o IPCA em 2025.
A desaceleração analisada é principalmente fruto da trégua nas tarifas de energia elétrica residencial, que teve uma variação de 0,43% em março, após um aumento significativo de 16,33% na divulgação anterior. Em fevereiro, os preços sofreram impactos devido ao fim do desconto do bônus de Itaipu.
Com isso, o grupo habitação registrou variação de 0,37% em março, uma alta consideravelmente inferior à leitura anterior de 4,34%.
O setor de educação também apresentou desaceleração, com uma taxa de 0,07% em março, bem abaixo dos 4,78% de fevereiro, impulsionados pelos reajustes sazonais das mensalidades escolares.
ALIMENTOS EMPURRAM A INFLAÇÃO
Por outro lado, o grupo de alimentação e bebidas subiu 1,09%, impactando o IPCA-15 em 0,24 pontos percentuais. A alta foi influenciada pelo aumento nos preços de alguns alimentos, como o ovo de galinha (19,44%), tomate (12,57%) e café moído (8,53%). O aumento da procura com a volta às aulas e problemas climáticos também fizeram parte dessa equação.
O economista André Braz sublinha que a combinação de temperaturas elevadas e a oferta reduzida durante o ciclo produtivo dos produtos in natura, como o tomate, são fatores que têm pressionado os preços.
A inflação nos alimentos foi identificada como um dos motores da queda na popularidade do governo Lula, que se referiu a essa carestia como uma situação delicada.
TRANSPORTES E OUTROS GRUPOS IMPACTADOS
O grupo de transportes também apresentou um aumento de 0,92% em março, em relação ao 0,44% em fevereiro, com desempenho notório nos combustíveis, que subiram 1,88%. O óleo diesel teve alta de 2,77%, etanol 2,17% e gasolina 1,83%.
O IPCA-15 serve como um precursor para as tendências do IPCA, que é o índice oficial do país. O resultado deste último ainda não está definido e será publicado pelo IBGE em 11 de abril.
As previsões do mercado para a inflação até 2025 indicam uma alta projetada de 5,65%. Para conter a inflação, o Banco Central elevou a taxa básica de juros, com a Selic alcançando 14,25% ao ano, o que pode desacelerar a economia em função do encarecimento do crédito.
A economista Claudia Moreno, do C6 Bank, destacou que a inflação subjacente de serviços foi de 0,67% no IPCA-15 de março, com alta acumulada de 6,2% em 12 meses, um índice bastante elevado.
As expectativas indicam que a inflação pode terminar o ano em 5,9%.
Confira a matéria completa em: maisvip.com.br