Na vendinha de frutas na porta de casa, no carrinho de pipoca em frente à igreja, com as roupas e perfumes no porta-malas do carro, no salão de cabeleireiro que abriu no quintal. Na rotina, mulheres empreendedoras informais estão com um olho no futuro, buscando como melhorar o negócio que criaram para si, e com o outro atentas ao relógio para não se atrasar no horário em que a criança sai da escola.
Segundo pesquisas, o empreendedorismo feminino é predominantemente tocado por mães (70%) cujos negócios faturam, em média, cerca de R$ 2 mil. Essa situação de informalidade desafia as políticas públicas do país. Em um evento recente, o governo promoveu o painel “Vozes do Empreendedorismo Feminino: Conectando Saberes e Ações”, onde especialistas enfatizaram a necessidade de facilitar linhas de crédito e capacitação para melhorar este cenário.
Mazelas do Empreender
A professora Daiane Batista, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), trouxe à tona as dificuldades enfrentadas pelas mulheres empreendedoras. Ela afirma que muitas mulheres optam pelo empreendedorismo devido à opressão no trabalho formal e à necessidade de mais tempo para cuidar dos filhos, percebendo a flexibilidade como uma forma de atender a ambas as responsabilidades.
“As empreendedoras precisam, o tempo todo, acionar a própria criatividade e construir soluções para conseguir viabilizar a sua iniciativa sem dinheiro.”
Motivações ao Empreender
A pesquisa realizada por Caroline Moreira de Aguiar, do Instituto da Rede Mulher Empreendedora, destacou que os maiores desafios para mulheres empreendedoras incluem acesso a crédito e gestão financeira. Mais de 70% das participantes da pesquisa eram mães, e muitas começaram a empreender após a pós-maternidade ou pela busca por flexibilidade de horário.
Caroline também observou que, independentemente da maternidade, as mulheres muitas vezes são responsáveis pelo cuidado de idosos e outras pessoas, acumulando assim múltiplas responsabilidades diárias.
“A gestão do negócio se soma a todas essas outras jornadas de cuidado, resultando em limitações de tempo para administrar as demandas.”
A Luta pela Sobrevivência
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, reforça que muitas mulheres abrem seus negócios como uma questão de sobrevivência. Ela destacou a importância do governo em criar condições para que essas empreendedoras possam acessar créditos e vender seus produtos em mercados internos e externos.
Crédito Federal
O secretário executivo do Ministério do Empreendedorismo, Tadeu Alencar, mencionou o prosseguimento da Estratégia Nacional do Empreendedorismo Feminino, que visa facilitar o acesso ao crédito. O financiamento Procred 360 oferece uma linha de crédito que cobre 30% do faturamento no exercício anterior, especialmente para microempresas que têm faturamento de até R$ 360 mil.
Ele ressaltou que a avaliação de risco de crédito frequentemente subestima as mulheres como pagadoras, enquanto na prática, elas têm se demonstrado excelentes pagadoras quando comparadas aos homens.
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