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Ipatinga cria benefício emergencial para famílias afetadas pelas chuvas

Bruna Linzmeyer pensou que tinha caído numa pegadinha. Quando Raquel Hallak, coordenadora da Mostra de Cinema de Tiradentes, ligou para a atriz informando que ela seria a grande homenageada da 28ª edição, com início nesta sexta-feira (24), na cidade histórica, a resposta foi “Eu?! Tem certeza?”, lembra, entre risos.

Com 31 anos, Bruna é uma das mais novas homenageadas a receber o prêmio da mostra mineira – antes dela, a também atriz Rosanne Mulholland ganhou o troféu Barroco, aos 27 anos, em 2008, além da diretora Glenda Nicácio, em 2023, quando estava com 30. “Tem um pouco essa questão da idade, por ser muito jovem”, admite.

“Ao mesmo tempo, a Cíntia Domit Bittar, uma diretora com quem trabalhei recentemente, disse achar tão bonito que a gente possa também homenagear as pessoas jovens e que já têm alguma trajetória. Até porque é um alimento (para seguir trabalhando), né? Eu me sinto bastante lisonjeada, acarinhada”, registra.

Não é a primeira vez da atriz no festival tiradentino. Ela já passou por lá com dois curtas-metragens (“Uma Paciência Selvagem me Trouxe até Aqui” e “Se Eu Tô Aqui é por Mistério”) e também como simples espectadora. “Eu ia de rolê com as minhas amigas. Pegamos um carro e alugamos uma casa lá”, ressalta.

“Tenho um carinho grande pela mostra. Tem muitos filmes importantes que eu vi lá. É uma curadoria muito especial, que dá espaço para filmes e cineastas que às vezes estão fora dos grandes circuitos comerciais, mas que estão produzindo um cinema brasileiro muito instigante, muito interessante”, elogia.

No texto do catálogo da mostra, a atriz tem o seu vínculo com “a arte do prazer e da rebeldia” ressaltado. Ela concorda. “Porque a TV me deu uma estrutura financeira; o cinema vai chegando para mim por um lugar de puro prazer, de fazer porque acreditava naquela história e porque queria trabalhar com aquelas pessoas”.

Bruna saiu de sua cidade natal, Corupá, em Santa Catarina, com 16 anos, após ser finalista de um concurso de beleza. Dedicou-se ao estudo de teatro e entrou na Globo em 2010, passando no teste para a minissérie “Afinal, o que Querem as Mulheres?”. Na emissora, ainda fez, entre outros, “Insensato Coração”, “Amor à Vida” e “Meu Pedacinho de Chão”.

No cinema, encontrou outra forma de trabalhar, conhecendo pessoas com quem estabeleceu relações de afeto e estendendo a parceria. Entre os filmes estão os recentes “Cidade; Campo”, de Juliana Rojas, e “Baby”, de Marcelo Caetano, que estão presentes na programação de Tiradentes.

O nome de Bruna Linzmeyer também ficou associado ao ativismo feminista e LGBTQIAPN+, algo que também transparece em vários de seus filmes. Indagada se, a partir de 2015, quando assumiu ser “sapatão”, ela atraiu filmes com essa temática ou se os buscou, ela diz acreditar que tenha feito os dois movimentos.

“Eu estava mais interessada em trabalhar com mulheres, com o cinema queer… Sabia que existiam, mas não sabia exatamente onde elas estavam. Quem me conectou com essas pessoas foi uma médica ayurveda, que me disse que tinha um paciente que estava fazendo um ‘filme-sapatão’. Era o Éri Sarmet”, recorda.

“Foi um desejo meu e é uma busca minha. A minha relação com o cinema é de pesquisa também. Vou para festivais por conta própria, gosto de olhar o catálogo e circular por quais filmes irei assistir, ver os debates e ouvir as histórias por trás das histórias. É fruto de uma paixão, de uma pesquisa”, analisa.

Bruna salienta que dizer que é “sapatão” é um momento de grande vulnerabilidade para ela, por não ter sido “exatamente uma decisão” sua. “Fui exposta a isso, uma situação meio crise, com algumas coisas meio ruins que aconteceram naquela época”. E isso, defende, gera no público certa profundidade em relação a quem ela é.

“Passei a ter uma conexão muito maior com o público, com as pessoas que me param na rua, que assistem aos meus filmes. E há o olhar das realizadoras, das produtoras de elenco, que complexificam mais a minha figura através dessa vulnerabilidade em que me coloquei”, registra.

Estreia na direção em cidade natal

Bruna Linzmeyer busca flutuar entre dois mundos: cinema mais comercial de um lado e um tipo de produção mais independente do outro. Por causa desse perfil, Bruna não descarta realizadores que estão começando e curtas-metragens, que geralmente têm pouca circulação. “Me interessa o que essas pessoas estão querendo contar”, destaca.

Entre os próximos trabalhos da atriz catarinense estão “Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente”, série da Max que estreia em agosto, e o longa “Virtuosas”, de Cíntia Domit, em fase de finalização. “Se continuar realizando o que fiz até aqui, já está muito lindo. Quero continuar experimentando linguagens”.

Em breve, Bruna fará sua estreia como diretora. Ela está escrevendo um roteiro de longa-metragem de ficção, que levará o nome de “Corupá”, cidade onde nasceu e que servirá de locação. “Não será autobiográfico, não terá nada a ver comigo, mas também não posso contar ainda o que é”, diverte-se.

Programação

A Mostra de Tiradentes tem início nesta sexta-feira (24), com a solenidade de abertura, às 20h, no Cine-Tenda, e a exibição do filme “Girassol Vermelho”, de Eder Santos, logo depois, no mesmo espaço. Até o dia 1º de fevereiro, serão exibidos 140 filmes, entre curtas e longas. Neste ano, a temática do festival é “Que Cinema é Esse?”, indagação muito presente em obras como “Relâmpagos de Críticas, Murmúrios de Metafísicas”, de Julio Bressane e Rodrigo Lima, e “Odradek”, de Guilherme de Almeida Prado.

Confira a matéria completa em: zug.net.br

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