BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ir a Minas Gerais em 6 de fevereiro. A viagem ainda é uma possibilidade e depende da condição de saúde do petista, que passou por cirurgia neurológica de emergência em dezembro e recebeu, na época, restrição médica para agendas que gerassem desgaste.
Se for confirmada, Lula deve estar na entrega da obra da BR-381 – marcada para a mesma data – à concessionária Nova 381, que assumirá a chamada “rodovia da morte” em Minas. A cidade em que o ato deve ser realizado está em discussão, já que a obra será feita entre Belo Horizonte e Governador Valadares.
A possível ida de Lula a Minas já circula na bancada mineira no Congresso Nacional e dentro do governo. Aliados do presidente dizem que haverá um esforço para que ele compareça.
Lula tratou sobre a agenda para as próximas semanas, que pode incluir a intenção de viagens, com sua equipe direta em uma reunião na quinta-feira (23). O novo ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência, Sidônio Palmeira, também tem dito que o petista pretende viajar mais para mostrar obras do governo federal ao redor do país.
A simbologia da presença de Lula na entrega da obra é também política. A estrada recebeu promessas de melhoria por cerca de quatro décadas e o leilão saiu do papel em agosto de 2024, depois de três certames frustrados.
No dia 6 de fevereiro, terá início o chamado “plano 100 dias” na rodovia, que usará esse prazo para garantir a segurança viária na extensão da BR, de forma emergencial, para reduzir o número de acidentes.
A assinatura do contrato de concessão foi na quarta-feira (22), no Palácio do Planalto, em Brasília, em um evento repleto de críticas ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), pela ausência. Mas a ideia inicial, até antes da cirurgia de Lula, era de que o ato fosse realizado em terras mineiras para marcar a solução desse problema pela gestão petista.
BR-381
Depois de décadas de promessas, o governo assinou o contrato de concessão da BR-381, conhecida como “rodovia da morte”, em Minas Gerais. A previsão é de que o investimento chegue a R$ 10 bilhões em 30 anos de concessão.
Serão feitas obras em uma extensão de 303,4 km. O início será na capital mineira, em Belo Horizonte, no entroncamento com a BR-262 (que segue para Sabará), e irá até a cidade de Governador Valadares, no entroncamento com a BR-116.
A “rodovia da morte” é uma das estradas federais com o maior registro de acidentes em todo o país. Somente no primeiro semestre de 2024, foram 347 acidentes, uma média de um acidente a cada 12 horas. Entre os problemas, estão traçados altamente sinuosos, pistas simples na maioria do percurso, baixa manutenção da estrutura e ausência de iluminação e sinalização.
O projeto de readequação prevê 51 mudanças no traçado da BR-381, com a duplicação de 106 quilômetros de rodovia que passam por 13 cidades. Ainda, a construção de 83 quilômetros de faixas adicionais, áreas de escape, pontos de parada e descanso para caminhoneiros e 23 passarelas para a travessia de pedestres.
O plano inicial é de que, em 100 dias, seja feita uma reabilitação da estrada para garantir segurança viária. Nessa lista, estão reparo de pavimento, especialmente em trechos esburacados, além de pontes e viadutos, e recuperação de sinalização e de iluminação.
A BR-381 será administrada pela concessionária Nova 381, criada pelo grupo 4UM Investimentos, que venceu o leilão. O pedágio será gratuito ao longo do primeiro ano de contrato e, depois disso, terá desconto para moradores e trabalhadores da região. Haverá opção de pagamento automático para motoristas, por meio do uso de TAGs.
A BR-381 é tida como um importante corredor logístico para o escoamento de produtos industriais. A rodovia atravessa o Vale do Aço, no interior de Minas Gerais, e interliga o Estado mineiro, São Paulo e Espírito Santo. A estrada tem um fluxo intenso de caminhões, ônibus e veículos leves no trecho ao longo de 13 cidades. O tráfego médio é de 24,7 mil veículos ao dia.
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