BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comandará uma reunião, na tarde desta terça-feira (28), no Palácio do Planalto, para discutir as deportações de brasileiros dos Estados Unidos e a forma como elas ocorrem.
A agenda acontece após o Itamaraty ter convocado o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, para dar explicações sobre o processo de deportação de cidadãos brasileiros, que no último fim de semana teve relatos de maus tratos aos deportados.
O governo Lula fez duras críticas ao tratamento dado pelos Estados Unidos aos brasileiros que foram mandados de volta ao país. Foram relatadas agressões e maus tratos de soldados americanos aos passageiros do voo que pousou no último sábado (25), no aeroporto de Confins.
Além disso, houve reclamações sobre as condições da aeronave americana. Durante horas, o ar condicionado deixou de funcionar. E ao chegar em Manaus, uma das turbinas da aeronave sofreu uma pane, o que impediu a decolagem rumo a Confins. Os passageiros só retornaram após a FAB disponibilizar um avião.
Após os relatos, o governo brasileiro disse que o processo desrespeitou “direitos fundamentais” das pessoas deportadas, citando, também, o uso de algemas e correntes. Assim que os brasileiros pousaram em território nacional, a Polícia Federal ordenou a retirada dos dois itens.
A reunião desta terça-feira terá a presença dos ministros Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) Mauro Vieira (Relações Exteriores), Macaé Evaristo (Direitos Humanos), José Múcio (Defesa), Sidônio Palmeira (Secom) e do vice-presidente Geraldo Alckmin (ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).
O governo dos Estados Unidos ainda não se manifestou oficialmente sobre as cobranças feitas pelo Brasil. Empossado há oito dias na Casa Branca, o presidente americano Donald Trump promete adotar uma política de tolerância zero com a imigração e de “deportação em massa”.
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