BRASÍLIA – O vice-presidente da República e ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quinta-feira (13) que o Brasil não é problema comercial para os Estados Unidos, porque os dois países têm uma balança comercial equilibrada.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um memorando nesta quinta-feira que prevê a cobrança de tarifas recíprocas para países que cobram taxas da indústria norte-americana.
“O memorando não é especificamente em relação ao Brasil, é mais genérico. E é natural que o governo americano queira avaliar o seu comércio exterior. O Brasil não é problema comercial para os Estados Unidos. A nossa balança comercial é equilibrada”, disse Alckmin.
“O caminho do comércio exterior é ganha-ganha. Reciprocidade não é alíquota igual, reciprocidade é onde você é mais competitivo você vende mais, onde você é menos competitivo você compra, produtos que você não tem, você adquire. Essa é a regra, e é nesse princípio que vamos trabalhar”, acrescentou.
Em entrevista a jornalistas, o ministro repetiu que a intenção do governo brasileiro é manter o diálogo com as autoridades americanas, “conversando e ouvindo a iniciativa privada”.
“A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%. No entanto, o Brasil cobra uma tarifa de 18% sobre as exportações de etanol dos EUA. Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o Brasil.”
Trump citou o etanol brasileiro, mas Alckmin esclareceu que “é importante ressaltar que o etanol no Brasil é de cana de açúcar, então ele descarboniza mais, ele tem um terço a menos de pegada de carbono. E quando a gente analisa o açúcar, ele tem uma cota. E quando sai da cota, é 90% o imposto de importação pra entrar nos EUA, não é 18, é 90%”.
“Mas o caminho é o caminho do entendimento, do diálogo. É muito bom que os países levantem, façam estudos, analisem o comércio exterior, essa é uma tarefa cotidiana”, reiterou.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na terça-feira (11) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se reunir com os ministros nos próximos dias para debater as medidas adotadas pelo governo norte-americano.
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