Joel Santana não tem dúvidas: a Seleção Brasileira precisa de Neymar na Copa do Mundo de 2026 (“se ele não jogar, vai jogar quem?”), mas para que o atacante esteja no Mundial que será realizado em conjunto por Canadá, México e Estados Unidos, ele precisa repensar seu jogo e, sobretudo, a preparação. Para “Papai Joel”, a maneira como ele está sendo utilizado pelo Santos está equivocada.
— Se o Neymar tem muito (a entregar para a Seleção) eu não sei, porque primeiro ele tem que se preparar. Eu acho que ele se preparou pouco para jogar um campeonato em um local diferente. Diferente de campo, diferente de time, jogo atrás de jogo — considera Joel Santana.
O ex-treinador, que vai fazer o lançamento do livro que conta sobre sua vida nesta terça-feira (18), concedeu entrevista exclusiva ao Lance! na semana passada. Para Joel Santana, Neymar é “uma peça rara” e precisa ser tratada como tal.
— O craque, do tamanho dele, o cara de fibra, ele tem que ser colocado aqui (acima). O jogador quer ir em todas, e não é por aí — avalia o ex-treinador.
Para Joel Santana, o próprio Neymar precisa reavaliar a posição em campo. O ex-treinador considera que o atacante tem que atuar apenas lá na frente.
— Ele tem que perder essa mania de querer ir jogar lá atrás, cara. Ele dribla lá atrás, no meio de campo. Vão sentar o cacete nele. Neymar, Romário, Ronaldo, são monstros. Se for jogar lá atrás, o cara vai caçar ele lá.
‘Revezei jogadores para fazer falta no Neymar’, revela Joel Santana
O ex-treinador revela que ele próprio orientou seus jogadores a fazerem falta em Neymar à época em que ele dirigiu o Bahia, entre 2011 e 2012, e o jogador atuava pelo Santos. Por isso, insiste que o atacante precisa parar de buscar o jogo e se concentrar nas jogadas ofensivas.
— Joguei contra o Neymar, quando eu estava no Bahia. Eu revezei os jogadores para fazer falta nele, para parar as jogadas nele. Fui obrigado, senão ele vai driblar os caras — recorda Joel Santana.
— Se ele pegar a bola dez vezes, em oito ele vai resolver o problema. Agora, se ele pegar lá atrás, se ele pegar vinte, em cinco ele não vai resolver, porque o cara vai parar ele.
O ex-treinador e comentarista lembrou do que aconteceu com Pelé. Na Copa de 1966, o Rei do Futebol foi castigado por jogadores de Bulgária e Portugal, se lesionou e fez um Mundial para esquecer.
— Não viu o Pelé, o que fizeram com ele na Copa do Mundo? O cara deu nele até machucar ele — diz Joel Santanta. — Esses jogadores são diferentes, não existem mais. É como uma pepita de ouro diferente, o cara olha de perto e vê “hum, essa que é boa”. É peça rara, cai uma, cai duas, até você encontrar. Quando encontra, guarda. Não pode apanhar do jeito que ele apanha. E os caras metem o cacete.
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