A um ano e oito meses das eleições de 2026, o pleito para o governo de Minas já incita fortes articulações na política mineira e nacional. Pode parecer cedo para o eleitor, mas declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – que, há cerca de duas semanas, disse querer “que o (senador Rodrigo) Pacheco seja governador de Minas Gerais” – lançaram luz sobre a disputa que, ao menos nos bastidores, já está em franco andamento.
A essa altura, ao menos seis nomes já são ventilados para a corrida ao governo de Minas. Entre os possíveis postulantes, o vice-governador Mateus Simões (Novo) é o que adota de maneira mais evidente a postura de pré-candidato. Com a máquina pública na mão, ele já ampliou o protagonismo em ações do Executivo no último ano e toma frente em pautas caras à gestão Zema (Novo), como os projetos de privatização da Copasa e da Cemig, protocolados por ele.
No último dia 8 em entrevista, Simões disse estar “pronto para representar a centro-direita” em 2026 e alfinetou outro possível candidato, o senador Rodrigo Pacheco, ao afirmar que será “divertido” vê-lo ser apoiado por Lula em Minas.
A eventual candidatura de Pacheco ao Palácio Tiradentes é defendida pelo petista, que tenta garantir palanque em Minas para a campanha presidencial. Entretanto, Pacheco ainda está reticente e disse, no início do mês, que a decisão “depende de muitas variáveis”.
Um interlocutor próximo a Pacheco diz que a avaliação é que não seria estratégico tomar qualquer decisão a tantos meses do pleito. Por isso, a ideia de Pacheco, por ora, seria se concentrar no futuro próximo, o que inclui a possibilidade de ocupar um cargo na alta cúpula do governo Lula depois de ter deixado a presidência do Congresso Nacional.
Nesse mesmo contexto, outro aliado de Lula que surge como potencial candidato é o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD). Embora declare publicamente o apoio à eventual candidatura de Pacheco – e, nos bastidores, circule que seu desejo para 2026 é concorrer ao Senado –, o nome de Silveira é citado como ‘plano B’, caso o correligionário fique fora da disputa.
A aposta de Lula em apadrinhar Pacheco resulta da dificuldade que o PT enfrenta para encontrar um nome próprio para o governo de Minas. Dentro da legenda, a prefeita de Contagem, Marília Campos, é vista como a mais competitiva para a disputa, mas, além de não ser a primeira escolha do partido, a própria petista rejeita a ideia tanto publicamente quanto a assessores de sua equipe.
Campo conservador
À direita do espectro ideológico, além de Simões, o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) também já surgem como possíveis opções.
Embora o vice-governador tenha manifestado interesse em se aliar aos partidos de ambos os parlamentares em 2026, o presidente estadual do PL, Domingos Sávio, diz entender que “essas parcerias não serão construídas só na mera intenção. Têm que ser frutos de atitudes que demonstrem uma unidade maior de grupo político”, argumenta o dirigente.
Um dos quadros mais fortes do PL hoje, Nikolas já declarou, em ao menos duas ocasiões neste ano, que não descarta se candidatar ao governo de Minas. Apesar disso, ele também admitiu a intenção de pleitear uma vaga ao Senado – para isso, ele aposta na aprovação da PEC que reduziria para 30 anos a idade mínima para ocupar o cargo.
Cleitinho, por sua vez, não esconde o interesse em disputar o Executivo estadual e é, hoje, a principal aposta do Republicanos para o cargo. Entretanto, conforme interlocutores, o ex-prefeito de BH Alexandre Kalil (sem partido) voltou a manifestar intenção de se filiar à legenda justamente para se candidatar a governador – ele já tentou o cargo em 2022 –, o que pode criar disputa interna pela vaga.
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