Aliados do ex-presidente afirmam que a reunião já estava marcada e não foi motivada pela denúncia, mas ganha força no momento em que o presidente precisará enfrentar uma nova etapa de defesa no Supremo Tribunal Federal (STF).
Participam, especialmente, nomes da ala mais radical e ideológica do PL, que têm relação mais próxima a Bolsonaro, além do vereador de Balneário Camboriú (SC) Jair Renan, filho do ex-presidente. O encontro acontece em Brasília, no apartamento funcional (emprestado pela Câmara) do líder da oposição, deputado Zucco (PL-RS).
Publicamente, a bancada afirma que o encontro com Bolsonaro será sobre o projeto de lei que anistia os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. A oposição tenta reunir votos para pedir ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a inclusão na pauta de um pedido de urgência, que coloca o texto em prioridade de votação.
PL da Anistia
Na terça-feira (18), Bolsonaro declarou achar que a Câmara “já tem quórum para aprovar a anistia”, mas uma contagem de votos ainda será conduzida pelo líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), para minimizar riscos de uma eventual rejeição se a proposta for levada à votação.
Ainda há resistência à anistia dentro de uma ala que o PL tenta conquistar votos. Em busca desse apoio, a bancada aposta, agora, na possibilidade de flexibilizar o texto e excluir o perdão a alguns crimes.
Os acusados pela invasão e depredação das sedes dos Três Poderes foram condenados por cinco crimes pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, o debate gira em torno de manter a anistia a três deles: associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado.
Em contrapartida, a anistia seria excluída e as condenações mantidas para os crimes de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. A estratégia é manter a anistia para os crimes que têm uma pena maior, como prisão.
A denúncia da PGR contra Bolsonaro e outras 33 pessoas foi enviada ao STF na noite de terça-feira. O documento aponta o ex-presidente como um dos líderes de uma organização criminosa que operou no país para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após o êxito na última eleição presidencial.
Os crimes apontados a ele são organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.
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