Já em relação ao país, em 2024, o faturamento da indústria de alimentos chegou a R$ 1,277 trilhão, um aumento de 9,98% em relação ao ano anterior em termos nominais, representando 10,8% do PIB do país. Desse total, 72%, ou R$ 918 bilhões, são provenientes do mercado interno e 28% do comércio exterior (US$ 66,3 bilhões). De forma geral, os segmentos que mais cresceram foram o food service (+10,4%) e o varejo alimentar (+8,8%).
O setor ainda destaca que investiu quase R$ 40 bilhões em 2024. Deste valor, R$ 24,9 bilhões foram direcionados para inovações e R$ 13,80 bilhões para fusões e aquisições. “Com esses investimentos, demonstramos a força e a consistência desse movimento, essencial para garantir competitividade e abastecimento nos mercados interno e externo”, destaca João Dornellas, presidente executivo da Abia.
Outra ponto destacado no estudo é a participação da agricultura familiar: a indústria de alimentos processou 68% do que foi produzido pelo segmento, com destaque para aves (Santa Catarina), cacau (Bahia), café (Espírito Santo), goiaba (São Paulo), leite (Minas Gerais), mandioca (Pará) e suínos (Rio Grande do Sul).
Veja os números de Minas – segundo a Abia
Faturamento
2023 R$ 124 bilhões
2024: R$ 140 bilhões
Participação no PIB do Estado
2023: 13,1%
2024: 13,1%
Quantidade de empresas
2023: 6,2 mil
2024: 6,6 mil
Empregos diretos
2023: 228 mil
2024: 242 mil
Empregos indiretos
2023: 913 mil
2024: 969 mil
Valor em exportações (US$)
2023: US$ 3,8 bilhões
2024: US$ 4,7 bilhões
Empregabilidade
A associação ainda informou que, em 2024, um em cada dez trabalhadores brasileiros atuava diretamente na indústria de alimentos ou na cadeia de suprimentos ligada ao setor (agricultura, pecuária, embalagens, máquinas e equipamentos, serviços de transporte). Foram criados 72 mil novos postos de trabalho formais e diretos, o equivalente a 25% do ofertado na indústria de transformação brasileira. Somando-se aos 288 mil indiretos, foram 360 mil novas vagas.
Mercado
Desde 2022, o Brasil ocupa a posição de líder mundial na exportação de alimentos industrializados, em volume. No ano passado, foram 80,3 milhões de toneladas, 10,4% acima do apurado em 2023. No acumulado de 2024, a receita com essas vendas alcançou o patamar recorde de US$ 66,3 bilhões, valor 6,6% acima do verificado no ano anterior, de US$ 62,2 bilhões. No período de 4 anos (2020 a 2024), registrou-se crescimento de 72,7% em valor e 29,2% em volume.
Os produtos brasileiros chegaram a mais de 190 países e seus territórios, sendo os principais mercados: Ásia, (38,7% das exportações, destaque para a China, com participação de 14,9%), seguida da Liga Árabe (18,9%) e da União Europeia (12,6%). Os itens que lideram a lista são proteínas animais (carnes), com US$ 26,2 bilhões; produtos do açúcar, com US$ 18,9 bilhões; produtos de soja, com US$ 10,7 bilhões; óleos e gorduras, com US$ 2,3 bilhões; sucos e preparações vegetais, com US$ 3,7 bilhões.
Segundo a Abia, o resultado pode ser explicado por diversos fatores, entre eles o crescimento da economia mundial no patamar de 3%, combinado com a redução gradual da inflação e dos juros, que contribuíram para o aumento da demanda global por alimentos, estimulando as exportações brasileiras de industrializados. Essas exportações representaram 19,7% do total exportado pelo país.
“Importante ressaltar a abertura de novos mercados, por meio da ampliação de acordos sanitários, somados aos investimentos realizados pela indústria de alimentos em padrões de qualidade, a exemplo da certificação Halal (para os países árabes), rastreabilidade na cadeia produtiva e certificações ambientais”, reforça Dornellas.
Custos
A Abia ainda evidencia que, ao longo de 2024, a indústria de alimentos enfrentou um aumento significativo nos custos de produção, impulsionado pela alta nos preços das commodities agrícolas, das embalagens e das energias. A desvalorização do Real intensificou esse movimento, especialmente no segundo semestre. Além disso, eventos climáticos, como as enchentes no Rio Grande do Sul e estiagens prolongadas no Centro-Oeste, Sudeste e Norte, reduziram a safra de grãos e impactaram a qualidade das pastagens, pressionando os preços de matérias-primas essenciais, como soja, milho, trigo, leite e carne.
Apesar do cenário desafiador, a associação diz que foi possível minimizar o impacto para o consumidor. O custo médio de produção de alimentos industrializados subiu 9,3%, enquanto a inflação de alimentos industrializados medida pelo IPCA-IBGE foi de 7,7%. “Em um ano marcado por desafios econômicos e climáticos, a indústria mostrou resiliência e manteve o abastecimento e a competitividade dos produtos”, finaliza o presidente executivo da Abia.
Confira a matéria completa em: zug.net.br