O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), rebateu, na noite desta quinta-feira (16 de janeiro), críticas feitas pelo ministro da Fazenda de Lula, Fernando Haddad (PT), sobre o Propag, o projeto de renegociação das dívidas dos Estados com a União. Apesar de dizer entender e respeitar o trabalho do chefe da pasta para “tentar tirar o Brasil do descontrole fiscal”, Zema afirmou que o exemplo deveria partir “de cima, com cortes na própria carne”.
Haddad havia afirmado no início da tarde que Zema mentia em suas críticas aos vetos feitos pelo presidente ao texto do Propag, que foi sancionado na última terça-feira (14 de janeiro). “O governador de Minas Gerais Romeu Zema usou esta rede para atacar o governo federal, mas, como é de praxe no bolsonarismo, esconde a verdade”, publicou Haddad. O ministro afirma que Zema omitiu o fato de ter se reunido com ele e apresentado “uma proposta para a renegociação das dívidas bem menor que a aprovada e sancionada agora”.
Além disso, segundo o chefe da equipe econômica, o governador “escondeu” a informação de que o veto do presidente Lula criticado por ele “simplesmente pedia que a União pagasse dívidas dos Estados com bancos privados”. Por fim, Haddad alfineta Zema ao dizer que ele “critica privilégios enquanto sancionou o aumento do próprio salário em 298%, durante a vigência do Regime de recuperação fiscal”.
Em resposta, Zema afirma que “ao contrário do que acontece no Palácio do Planalto, Minas fez o dever de casa”. “Pelo quarto ano seguido estamos com as contas equilibradas, ou seja, desde 2021 com déficit zero, mesmo já tendo pago mais de R$8 bi de dívida à União”, diz. “Sobre o Propag, defendemos em todas as reuniões que a proposta fizesse justiça, acabando com os juros abusivos cobrados pela União. Houve longa construção com técnicos, governadores e parlamentares para chegarmos no projeto do Congresso que foi mutilado pelo presidente”, completa o governador.
Zema ainda diz que os vetos de Lula impõem custos extras aos mineiros, “enquanto o governo federal mantém 39 ministérios, esbanja com viagens luxuosas e impõe sigilo de 100 anos no cartão do presidente”. “Já a população enfrenta taxação crescente de impostos”, emenda. O governador ainda afirmou serem falsas as acusações de que o veto tratava apenas de bancos privados para quitar a dívida. “O Banco do Brasil e BNDES estão entre essas ‘entidades privadas’ citadas pelo ministro. Mas o mais importante é que essa dívida impacta os cofres estaduais e tira dinheiro da saúde, educação e segurança dos mineiros”, finaliza.
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