Alunos de medicina da Afya, Faculdade Ciências Médicas de Ipatinga, no Vale do Aço, desenvolveram um método para tornar as consultas médicas mais humanizadas. A ação tornou-se um projeto de extensão na faculdade e um vídeo gravado por um dos idealizadores viralizou nas mídias sociais.
O projeto nomeado de “Ligações de afeto” ganhou notoriedade nacional depois que Lurdiano Freitas, de 29 anos, um dos idealizadores da iniciativa, mostrou a dinâmica no TikTok.
A ação dos alunos é simples, mas significativa na vida das pessoas atendidas pelos alunos. A ideia simples de Lurdiano e de sua colega Luana Clara, sob a supervisão da professora Dra. Aiala Xavier, começou após perceberem que os pacientes dificilmente retornavam à unidade de saúde depois da consulta para fazer ou pegar exames.
“A gente estava dentro da Unidade Básica de Saúde (UBS) e nos estágios curriculares da faculdade, e vimos que os nossos pacientes não estavam voltando depois das nossas consultas, e pensamos no que a gente podia fazer. Acho que eu vou ligar pro paciente. Eu tenho o número disponível, por que não ligar?”, indagou-se Lurdiano. “Eu e a Luana, que é a minha dupla de atendimento, ligamos para o paciente para saber como é que ele estava. Depois isso se tornou em projeto de extensão, então a gente liga pros pacientes uma semana depois da consulta para saber como eles estão”, explica o aluno do 6º período.
Com o método desenvolvido e protocolado por meio do projeto de extensão, Lurdiano vive a expectativa de levar às práticas exercidas por ele e seus colegas para faculdades de diversas regiões do Brasil
“A gente tem o objetivo de treinar equipes ao redor do Brasil, em outras cidades e também aqui em Ipatinga, para capacitar essas pessoas para fazer essas ligações. Lembrando que essas ligações são apenas estratégia de medicina humanizada e existem outras formas de humanizar a medicina. A estratégia de ligações não é para ser adotada em todos lugares, isso varia”, ressalta o futuro médico.
A forma simples de falar e os cuidados com o ser humano são características que Lurdiano traz de sua origem. Natural do município de Água Boa, localizado a 251 quilômetros de Ipatinga, onde ele estuda, e a 384 quilômetros da capital Belo Horizonte, o estudante cresceu na roça ajudando o pai a tocar o gado.
“Às vezes pode parecer estranho uma pessoa que está na faculdade e fala sobre medicina humanizada. Porém, são dez anos de trabalho social que eu enfrento, são dez anos que eu trabalho com gente. Grande parte da minha família é analfabetizada ou analfabeta funcional e, eu trabalho com a realidade que eu tenho dentro da minha própria casa. Essa adaptação, esses preceitos, vêm de muito antes do curso de medicina. E hoje, aqui na Afya Ipatinga, conseguimos ter acesso a professores que têm condutas humanizadas e o curso também tem uma pegada para isso. Eu acho isso muito legal e muito importante”, finalizou.
Com o desejo de ser pediatra, Lurdiano tem mostrado em seu perfil nas mídias sociais que é possível fazer medicina de uma forma mais humana.
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