Search
Close this search box.
Home » Vale do Aço Online » Justiça proíbe bloqueio de celulares como garantia em empréstimos no Brasil

Justiça proíbe bloqueio de celulares como garantia em empréstimos no Brasil

Justiça proíbe bloqueio de celulares como garantia em empréstimos no Brasil

Em uma decisão impactante, a Justiça do Distrito Federal determinou a proibição do bloqueio de celulares como garantia para empréstimos em todo o Brasil. Este mecanismo, que já era utilizado por diversas instituições financeiras, tem como objetivo garantir o pagamento de dívidas, mas vem sendo alvo de críticas.

A prática de bloqueio ocorre quando um aplicativo é instalado no celular do tomador do empréstimo. Caso haja inadimplência, o acesso ao aparelho é restringido. No entanto, a decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) estabelece que essa abordagem fere direitos fundamentais dos consumidores, como o direito à comunicação, ao trabalho e à informação.

O promotor Paulo Binicheski, da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, enfatizou que “o celular é um bem essencial” e que o bloqueio compromete o acesso a serviços cruciais, como saúde, educação e programas sociais, incluindo o Bolsa Família. O TJDFT também considerou a medida coercitiva como desproporcional e em desacordo com os princípios do Código de Defesa do Consumidor.

A decisão faz parte de uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) e pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec). O texto da ação menciona instituições como a SuperSim e a Socinal, que utilizam essa modalidade de empréstimos.

Além de proibir o bloqueio de celulares, a decisão estabelece um prazo de 15 dias para que aplicativos que possibilitam esse bloqueio sejam removidos das lojas virtuais, sob pena de multa diária de R$ 15 mil. O tribunal também impôs uma multa de R$ 10 mil para cada novo contrato firmado após a proibição.

O Idec tomou conhecimento dessa prática em 2021 e se uniu ao MPDFT para contestá-la. Após obter uma liminar que barrava a prática em 2023, e em resposta aos recursos das empresas, a recente decisão reforça a proibição, especialmente tendo em vista o impacto sobre os consumidores endividados.

O TJDFT também observou que as taxas de juros praticadas pelas financeiras que utilizavam o celular como garantia são excessivas, chegando a 18,5% ao mês, enquanto a média geralmente divulgada pelo Banco Central é de cerca de 6,41%.

A SuperSim anunciou que pretende recorrer da decisão e alegou que suas operações estão em conformidade com a legislação bancária brasileira. A Socinal ainda não se manifestou sobre o assunto, e o espaço permanece aberto para comentários.

Confira a matéria completa em: maisvip.com.br

Leia também

Newsletter

LEIA TAMBÉM