Search
Close this search box.
Home » Vale do Aço Online » Lula admite que demitiu presidente da Caixa para ter votos no Congresso Nacional

Lula admite que demitiu presidente da Caixa para ter votos no Congresso Nacional

Lula admite que demitiu presidente da Caixa para ter votos no Congresso Nacional

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu nesta sexta-feira (27) que demitiu Maria Rita Serrano, do comando da Caixa Econômica, em troca de votos no Congresso Nacional. O petista disse ainda que tinha um acordo com o PP e o Republicanos, e voltou a repetir que não negocia com o Centrão, mas sim com partidos políticos. 

Lula também declarou que o indicado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para o banco estatal “tem currículo”. O economista Carlos Antônio Vieira Fernandes é servidor de carreira da Caixa.  

“Eu fiz um acordo com o PP e o Republicanos. E acho que é direito de eles exigirem do governo, que querem ter um espaço no governo. Indicaram uma pessoa que é da Caixa, que já esteve na Caixa, que já esteve no governo esteve no governo da Dilma, já foi o Ministério das Cidades. Uma pessoa que tem currículo para isso. E eles (Centrão), juntos tem mais de 100 votos e eu precisava desses votos para continuar o governo. Ainda falta três anos”, disse Lula durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.  

Após meses de negociação, o Palácio do Planalto teve que ceder à pressão do Centrão e anunciar um novo substituto para o comando da Caixa Econômica Federal.  

Poucas horas após Lula demitir Maria Rita Serrano, na quarta-feira (25), Arthur Lira destravou o projeto de lei da taxação dos ‘super-ricos’. A matéria foi aprovada com folga na Câmara dos Deputados. O tema é de interesse do governo federal que visa aumentar arrecadação para poder cumprir a meta de déficit zero no primeiro semestre de 2024. 

Na quinta-feira (26), Rita Serrano usou as redes sociais para se pronunciar. Ela enfatizou a dificuldade das mulheres em ocupar “espaços de poder” e disse que “é preciso pensar em outra forma de fazer política”. Além disso, agradeceu a Lula por ficar 10 meses a frente do banco estatal.  

“Ser mulher em espaços de poder é algo sempre desafiador. Não foi fácil ver meu nome exposto durante meses à fio na imprensa. Espero deixar como legado a mensagem de que é preciso enfrentar a misoginia, de que é possível uma empregada de carreira ser presidente de um grande banco e entregar resultados, de que é possível ter um banco público eficiente e íntegro, de que é necessário e urgente pensar em outra forma de fazer política e ter relações humanizadas no trabalho”, escreveu na rede social X (antigo Twitter). 

Conseguir o comando da Caixa Econômica Federal ainda não foi suficiente para o Centrão garantir governabilidade ao presidente Lula. O grupo político, conhecido no Congresso Nacional por se adaptar a governos vigentes por meio de trocas, ainda vislumbra as 12 vice-presidências do banco. Também vislumbra cargos como a presidência da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e a dos Correios.  

O Palácio do Planalto não terá um caminho tranquilo para continuar avançando com esse e os demais temas da pauta econômica. A taxação das offshores e dos fundos exclusivos ainda precisa ser aprovada pelo Senado, que também analisa, desde agosto, a reforma tributária, também tida como prioridade para este ano. 

Além disso, na mesma noite, nesta quarta, os senadores aprovaram a desoneração das folhas de pagamento, contrariando a vontade do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Apesar de o governo não ser necessariamente contrário à matéria, Haddad queria que a votação acontecesse mais perto do fim do ano. 

Próximos passos 

Ao mesmo tempo, partidos do Centrão já miram o próximo alvo: a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão historicamente cobiçado pelos partidos políticos por gerir um orçamento de R$ 3 bilhões. Siglas como Republicanos, PSD e União Brasil disputam o cargo, mas o governo ainda não demonstra pressa para definir a situação. 

Outra estatal considerada chave pelo governo, os Correios também estão na mira dos partidos de centro. No momento, é vista como mais distante uma troca no comando da empresa. Porém, cargos de menor escalão dentro da estatal são ambicionados. 

Apesar de já ter tido temas importantes aprovados e sancionados, como o novo marco fiscal e o PL do Carf, e outros avançarem no Congresso, Lula vê a pauta econômica caminhar de mãos dadas com nomeações e emendas. Tido como “insaciável” em Brasília, o Centrão nunca teve tanto poder para ditar os rumos da política brasileira. 

Confira a matéria completa em: zug.net.br

Leia também

Newsletter

LEIA TAMBÉM