Durante uma visita a Mariana (MG) nesta quinta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou uma série de iniciativas para reparar os danos causados pelo rompimento da barragem da Samarco, ocorrido em 2015. A cerimônia aconteceu na Praça da Sé, ao centro da cidade, com a presença de ministros e líderes do governo.
Entre as principais medidas anunciadas, foi formalizado um contrato com a Caixa Econômica Federal no valor de R$ 1,7 milhão, que beneficiará 16 mil agricultores familiares afetados. Esses agricultores receberão um auxílio mensal por 48 meses, sendo um salário mínimo e meio nos primeiros 36 meses e um salário mínimo nos 12 meses seguintes. Os repasses devem começar em até 30 dias, e a expectativa do governo é que os investimentos nessa área ultrapassem R$ 1,7 bilhão até 2029.
Além disso, Lula assinou um Protocolo de Intenções para a construção do Hospital Universitário da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), que será instalado em Mariana. Essa unidade de saúde terá foco em atendimentos de média e alta complexidade, contando com um investimento de R$ 167 milhões da União e R$ 20 milhões da prefeitura local.
No evento, também foram lançados contratos totalizando quase R$ 6 milhões com a Cáritas e a Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social, para fornecer suporte às comunidades afetadas. Um edital para a formação do Conselho de Participação Social na Bacia do Rio Doce foi igualmente anunciado.
O clima durante a cerimônia foi marcado por críticas contundentes ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que não compareceu ao ato. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macedo, o qualificou como “insignificante” e o chamou de “mentiroso”, com outros ministros, como Rui Costa (Casa Civil) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), também se posicionando contra Zema.
Essas ações integram o Acordo do Rio Doce, firmado em outubro de 2024, que prevê R$ 170 bilhões em indenizações e reparações das empresas responsáveis pela tragédia. Desses valores, R$ 132 bilhões serão distribuídos em um período de 20 anos entre União, estados e municípios.
De acordo com informações do governo federal, mais de 52 mil acertos individuais foram reconhecidos pela Justiça nos seis primeiros meses do acordo, resultando na liberação de quase R$ 2,5 bilhões para os afetados.
A tragédia em Mariana causou a morte de 19 pessoas e despejou cerca de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos na Bacia do Rio Doce e parte do litoral brasileiro. Até o momento, nenhum responsável pelo desastre foi preso.
Confira a matéria completa em: maisvip.com.br