Nesta segunda-feira, 13, Pequim acolhe diversos líderes da América Latina, incluindo o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, em uma iniciativa diplomática para reforçar as relações comerciais em relação aos Estados Unidos. Este encontro ocorre às vésperas da cúpula China-CELAC, programada para a terça-feira, simbolizando o aumento do interesse da China em expandir sua influência na região.
Lula chegou à capital chinesa no último sábado para uma visita oficial que se estenderá por cinco dias. Desde que assumiu novamente a presidência em 2023, ele tem buscado um equilíbrio nas relações entre Washington e Pequim. A China atualmente é o maior parceiro comercial do Brasil, com as exportações brasileiras para o país asiático ultrapassando US$ 94 bilhões (aproximadamente R$ 480 bilhões) em 2024, conforme dados das Nações Unidas. Os principais produtos exportados incluem soja e outras commodities, enquanto a China fornece ao Brasil itens como semicondutores, veículos, medicamentos e celulares.
Hoje pela manhã, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, se reuniu com seu colega cubano, Bruno Rodriguez Parrilla, em Pequim. Essa movimentação diplomática precede a abertura da cúpula entre a China e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), que conta com a participação de 33 países. Este evento é visto como uma resposta chinesa às tarifas impostas pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e à estratégia de Washington de conter a influência chinesa na América Latina.
Atualmente, dois terços das nações latino-americanas já fazem parte da iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota”, que financia importantes projetos de infraestrutura, como rodovias, portos, pontes e aeroportos. A China ultrapassou os Estados Unidos como principal parceiro de comércio de vários países sul-americanos, incluindo Brasil, Peru e Chile.
Além de Lula, também participam da cúpula o presidente colombiano Gustavo Petro e o presidente chileno Gabriel Boric, que anunciará a assinatura de uma carta de intenções para a Colômbia se integrar oficialmente à “Nova Rota da Seda”.
O presidente chinês, Xi Jinping, deverá discursar na cerimônia de abertura do evento. Segundo Miao Deyu, vice-ministro das Relações Exteriores da China, o país observa sua relação com a América Latina sob uma “perspectiva estratégica e de longo prazo”. Em uma declaração interpretada como uma crítica aos EUA, ele enfatizou que “os povos da América Latina e do Caribe desejam construir seu próprio destino — e não ser o quintal de nenhuma nação”.
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