(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)
As tatuagens espalhadas pelo corpo de 1,87m, a barba no “estilo viking” e a cara fechada nos jogos compem a armadura que protege – e disfara – um bem humorado e simples Lyanco. Em quase uma hora de entrevista exclusiva ao No Ataque, o zagueiro do Atltico abordou temas como sade mental, idolatria, crticas, Seleo Brasileira e claro, a trajetria que vem construindo com a camisa preta e branca.
Com chinelos e uniforme de treino do Atltico para a entrevista, Lyanco deu mais uma demonstrao de que se sente em casa na Cidade do Galo, o centro de treinamentos do clube mineiro em Vespasiano. A identificao com a torcida foi rpida: com boas atuaes e demonstraes de raa dentro das quatro linhas, o srvio-brasileiro precisou de poucas semanas para contar com o carinho das arquibancadas.
Ao NA, o defensor no escondeu o principal desejo da carreira: defender as cores da Seleo Brasileira na Copa do Mundo de 2026. Sincero, Lyanco tambm abordou as sondagens de clubes do exterior e as dificuldades que enfrentou nos primeiros meses com a camisa preta e branca.
Leia, a seguir, a entrevista completa de No Ataque com o zagueiro Lyanco, do Atltico.
No Ataque: Queremos comear a entrevista perguntando sobre a sua histria. Como era a sua infncia l em Vitria? Quando e como voc decidiu se tornar jogador de futebol?
Lyanco: Eu sa muito cedo de l. Tinha uns 10 anos. Comecei a jogar bola com 5. Eu era muito agarrado com minha me, e o futebol acho que foi um instrumento que eles usaram para eu comear a me distanciar um pouco. Era ruim no colgio, no conseguia ficar na escola, enfim. Acho que o futebol comeou mais por isso.
S que eu fui me apaixonando pelo futebol, foi ficando mais srio. O professor que eu tinha l me levou para uma escolinha que disputava campeonatos e tudo mais. E acabou que o Fluminense quis que eu fosse para l para fazer um teste. Sa de casa muito cedo, com 10, fui para Xerm. Fiquei no Fluminense. Acho que fiquei uns trs meses l de teste, porque na poca tinha o teste mesmo, todo mundo l. Depois eles te separavam para treinar com o pessoal que era federado, que era registrado ali. Depois, tu ou passava e fazia parte desse grupo federado ou no. Cheguei nessa parte e fui mandado embora.
Como eu estava no Rio, o meu empresrio (que at hoje) me acompanhou l e me ajudou. Falou: Cara, voc j est no Rio. Deixa eu falar com seus pais para j ficar por algum time aqui, continuar fazendo algum teste. A, meus pais foram para o Rio tambm, para me acompanhar. Fui para o Botafogo. Botafogo j fiquei direto, at meus 16 ali.
Enfim, estou resumindo um pouco, mas lgico que teve situaes difceis. Meus pais tiveram que largar tudo no Esprito Santo. Tenho uma irm mais nova tambm que teve que acompanhar ali comigo. Sofreu muito tambm. Tivemos que abrir Nossa casa virou Os meninos que vinham de fora tinham que ficar em algum lugar, porque muitas das vezes no podiam ficar no clube.
Nossa casa virou esse lugar. De meninos que vinham de fora. Para os meus pais conseguirem o dinheiro, a gente fez isso. Virou uma penso ali. Tinha sei l, 10 meninos. A iam embora trs, vinham mais cinco. Nossa casa virou isso. Os meninos foram andando embora, foram ficando cada vez menos. Ou seja, o dinheiro entrava menos.
A foi quando s tinha ns quatro de novo em casa. Foi quando comearam as dificuldades. Eu me sentia muito culpado na poca por aquilo que a gente estava passando. Eles estavam ali por minha causa.
Foi uma infncia boa, mas ao mesmo tempo eu tive que ser responsvel muito cedo. Tive que entender o que eu queria de verdade. Voc deixa de fazer certas coisas de criana, que a maioria dos jogadores acho que tem que fazer essa escolha, e muitos fizeram. S que difcil, porque voc deixa de ser criana, deixa de curtir. Deixa de, s vezes, com uns 15, 16, querer sair. No teve isso.
Na poca ficava meio mal, mas hoje eu entendo, e graas a Deus eu fiz isso. Foi uma infncia boa, mas muito responsvel tambm.
E de que forma toda essa histria fez voc ser do jeito que hoje, com essa personalidade mais forte? Desde a adolescncia voc j era assim?
Sempre fui assim. Na verdade, comeou como eu falei, dentro de casa. Tinha l, 10, 15 meninos dentro de casa, e eu era o dono ali, o responsvel. Ento, tinha que cuidar da minha irm, porque tinha esse tanto de menino ali. Tinha que tomar essa frente de cuidado, de proteger – minha me, no final das contas, fazia tudo. Ela que lavava, fazia comida. Eu tinha que impor o respeito ali.
Acho que veio desde criana isso. Comeando em casa. E em campo tambm. lgico que existem muitos lderes assim que so feitos ao tempo, durante a caminhada. Mas eu, como falei, tive que comear muito cedo, por cuidado mesmo. Cuidar daquilo que meu, cuidar daquilo que eu amo. Voc tem que se impor, tem que falar na hora que tem que falar.
Lgico que, muitas vezes tambm, j fiquei muito calado. Isso chega um momento que estoura tambm. Acho que por isso aconteceram algumas coisas comigo recentemente. s vezes, voc precisa ter algum para falar e vai guardando para voc. Chega um momento que as coisas estouram.
Mas sempre fui esse cara de quando tinha que se impor, de falar. Sempre fui assim. Me ajuda muito tambm dentro do campo.
Saindo da Europa, voc viveu momentos mais complicados no Catar, n? No ano passado voc falou sobre a luta contra ansiedade, depresso, crises de pnico… Como est a cabea do Lyanco nesse momento?
Agora eu estou bem. Lgico que existe ainda um tratamento. Essas coisas no tm como parar assim de uma vez. At porque quando entra com uma medicao, pior ainda. Voc tem que seguir. Por mais que voc esteja bem, tem um tempo determinado para parar.
Foi um momento muito difcil que eu tive ali. Graas a Deus, eu tive minha famlia, minha esposa que me ajudou muito. Mas foi um momento muito difcil, que s vezes, quando no acontece com voc ou com algum dentro da sua casa, voc nunca entende e nunca sabe como .
Voc v na internet, v algum contando, e fala: Est de sacanagem, p. Esse cara a passando por isso? Impossvel. Como que ele passa por isso? Eu que estou aqui na m* e estou de boa. Voc fica vendo isso. At quando algum que tu conhece passa por isso na sua frente, ou voc mesmo passa por aquilo ali. Voc fala: Caraca, no escolhe quem.
Cada um tem seus problemas. Uns um pouco mais, outros um pouco menos. Mas, para mim, o meu o muito. De repente, para voc no , pouco. Cada um tem seu problema. S que foi um momento muito delicado para mim. Inclusive, foi um dos motivos de eu querer voltar para o Brasil, estar mais prximo da minha famlia.
E eu deixei claro isso. Acho que o Atltico foi uma forma que me ajudou muito – no s pelo clube, mas por tudo. Perto do Esprito Santo, perto de casa. Meus pais hoje conseguem vir para c com muita frequncia. A famlia da minha esposa. Acho que consegui juntar tudo. Papai do cu foi muito bom comigo, de eu estar passando por aquilo e falar: Toma. Agora est tudo pertinho de voc, agora est em um clube muito bom. Onde tambm pode proporcionar alegria, coisas pessoais, objetivos pessoais no futebol. Mas tambm lado famlia, que me trouxe muito mais prximo assim da minha famlia.
Foi um momento difcil. Estou em tratamento ainda. No posso parar. Mas hoje, graas a Deus, est tudo bem. O prprio campo hoje tambm me ajuda muito. L (no Catar) eu no estava conseguindo porque eu estava no incio dessas questes assim, mas o futebol hoje uma forma que me ajuda muito – seja no treino, no jogo. o momento que eu esqueo de verdade, de tudo.
Duas horinhas que eu tenho ali de tratamento, todos os dias, que me ajudam bastante. Graas a Deus, hoje estou bem melhor.

Qual tem sido o papel do departamento de psicologia do Atltico nessa melhora? cada vez mais importante que os clubes discutam isso tambm.
Desde quando eu cheguei, eu tinha um medo um pouco de falar sobre isso. Tinha um pouco de medo de falar. No medo, na verdade. Vergonha ou como falar. Se isso me prejudicaria, talvez, em uma assinatura de contrato. No sei. Quando eu assinei assim, eu falei: Eu vou ter que falar, porque eu preciso de ajuda.
Inclusive, o tratamento em questes de medicaes eu comecei aqui no Galo, por conta da ajuda mesmo que fizeram comigo. A Michelle (Rios, psicloga do clube), os doutores. Me abraaram de uma forma que eu no esperava. A melhor coisa que eu fiz foi ter contado mesmo, ter aberto isso.
Foi isso que me levou tambm a abrir o jogo em uma entrevista, porque O que eu recebi de mensagem, gente que passa por isso e quando v algum falando, algum que graas a Deus Ns, jogadores, temos esse poder de usar a cmera, as entrevistas, a TV. A gente tem esse poder. Eu me senti bem de falar, justamente por conta dos trabalhos que eu tenho feito diariamente aqui. De no sentir mal de abrir o jogo.
Quando eu falei aquilo ali, eu recebi muita mensagem de gente passando pela mesma coisa. Inclusive, veio um menino no CT, na sada ali um dia, chorando para caramba, nos dias depois que eu falei. Falando: P, tu me ajudou muito. Muito obrigado. E eu: Caraca, no fiz nada. Eu s falei o que eu passava.
A psicologia aqui, o pessoal daqui, os profissionais, o prprio psiquiatra que o clube arrumou para mim. No est aqui o psiquiatra, mas est em ligaes diretas. Foi a melhor coisa que eu fiz, foi ter falado sobre isso.
Voc sente que tirou um peso das suas costas?
Muito. Quando voc abre e fala aquilo que voc est sentindo ou passando, acho que a tendncia as coisas melhorarem. No incio pode ser ruim, algum pode at debater aquilo que voc est falando. Mas no final das contas, voc se livra de um peso. Voc fala: P, agora no sou s mais eu que sei disso. Se a pessoa quiser me ajudar, vai me ajudar. Eu falei, pelo menos.
Sabe aquela de: P, se acontecer alguma coisa, pelo menos algum j sabia o que estava acontecendo. Tira um peso muito grande. O clube se props muito a me ajudar. Se eu no tivesse falado, as coisas ou estariam bem piores ou estaria no passando por um momento como eu estou hoje no futebol, como estou no Atltico. Os jogos, tudo o que estou vivendo. Talvez, se eu no tivesse falado, no sei se estaria assim.
Ainda sobre essa relao fora de campo com o Galo: voc criou uma identificao muito grande com a torcida desde o primeiro momento. J se considera um dolo do clube?
Ixe, isso a eu vou deixar para a massa, para a torcida (risos). Eu vim com esse intuito, no vou mentir. Eu vim com esse objetivo, de ser algum que representa o clube, de ser um cara importante no clube. No vim querendo ser s mais um. No queria vir para c, enfim, fazer alguns jogos e sair para outro clube de forma ruim.
Ento, eu vim com esse objetivo. Eu acho que, como eu falei, desde o incio, bateram as coisas – tanto profissional, como para a famlia. Tambm quanto ao meu jeito de ser, de jogar, acho que bateu muito com o Galo, o jeito do Galo de ser.
Meu jeito, no s extracampo, mas meu jeito tambm no campo, acho que bateu muito essa identificao com o Galo. Eu sempre deixei claro isso: o quanto recproco o carinho que eu recebo. Nos jogos, tento fazer isso. Eu jogo muito com amor pelo que eu fao, com amor por onde eu estou. No jogo s pelos meus companheiros, pelo time, de querer s ganhar. Eu jogo
O Atltico representa muita coisa, o Atltico vai alm de s esse centro de treinamento. Acho que existe muita coisa envolvida, muitas pessoas envolvidas. Quando um atleta, um jogador, tem a noo disso, acho que tem uma responsabilidade muito grande. E eu quero ter. Eu gosto de ter essa responsabilidade, de poder carregar isso.
Espero, pelo menos, no sei se agora, mas um dia ser um dolo do clube.
Por conta do seu estilo de jogo mais agressivo e impositivo, natural que voc acabe levando muitos cartes tambm – algo que o prprio Cuca j minimizou. Mas vez ou outra isso ainda pauta entre os torcedores. Voc at respondeu um recentemente. Como voc enxerga essas crticas pelos cartes?
Tem algumas crticas, mas s vezes, para mim, graas a Deus, as crticas aqui no Galo so at comentrios, no chegam nem a ser crticas assim. Graas a Deus, se voc comparar, s vezes alguns jogadores recebem realmente crtica. No chega nem perto das que eu recebo. Fico muito feliz com isso.
s vezes, vira um assunto que eu acho que no s torcedores, mas pessoas que trabalham com isso, acabam colocando. Meu jeito de jogar. Eu sempre falei isso. Inclusive, no que eu rebati ali, foi pela questo de que eu nunca vou esperar que algum do meu lado faa alguma coisa. Deixar de fazer uma falta, deixar passar e recuperar pela corrida, que algum vai conseguir me ajudar No sou assim!
Isso faz com que, s vezes, eu tome cartes. Melhorei bastante nessa questo. Antes, s vezes, era por conta de fora excessiva. Como eu vim de fora tambm, tive que me adaptar um pouco a isso. L fora, o estilo de jogo, a competitividade No competitividade de times assim, mas de fora, de duelos, eram muito mais fortes. Isso no d para mentir nem negar.
Eu tive que, no incio, me adaptar a isso. Teve sim alguns cartes que no eram faltas assim tticas, era por excesso de vontade ou de fora. Eu tive que comear a dosar. Desde que comeou esse ano, essa temporada, tomei cartes em jogos que no tem como. Clssicos, jogos que voc entra um pouco pilhado pela questo do jogo.
Se voc pegar os cartes que eu tomava eram em faltas ou lances que para acontecer. da minha posio. muito difcil voc estar sujeito. Desde quando comea o jogo, voc j est sujeito. Uma bola longa, voc chega no cara, s vezes pega um brao e o juiz j vem com amarelo. Voc est sujeito a isso.
Eu sou um cara que, no sei se deveria pensar mais sobre isso, mas acho que o meu jeito no pensar nisso. Ah, no vou tomar agora porque est no incio do jogo. Eu sou um cara que: Velho, se tiver que acontecer, vai acontecer.
O Cuca na entrevista que deu, falou assim: Se eu pedir para ele diminuir isso ou parar com isso, s vezes vai at tirar uma caracterstica do jogador. No porque ele falou, mas eu concordo muito. Isso uma caracterstica minha. s vezes, uma falta que eu fao no jogo aquilo que me acorda para o jogo. Uma dividida mais forte aquilo que me pe no jogo, em questes de concentrao.
Tem atleta que, s vezes, um passe certo j entra no jogo. Comea a se sentir no jogo. O primeiro passe certo, o primeiro lanamento. O meu a minha primeira dividida, a primeira bola que eu ganho no alto. Aquilo ali vai me trazendo para o jogo. Eu preciso disso. Eu preciso de um duelo mais forte, de uma dividida, para tipo: Caraca, estou aqui. Hoje eu estou aqui.
So formas de me concentrar no jogo. s vezes, nos jogos, eu estou cantando junto com a torcida. Eu estou, tipo: s vezes tem escanteio, estou mais prximo assim e eles esto cantando. Eu comeo a cantar tambm. So coisas que me trazem para o jogo.
So as minhas caractersticas. Eu fui l para fora jogando assim. Cheguei na Inglaterra jogando assim. No vou chegar aqui e mudar por conta de pessoas que no sabem o que falam. Eles acham que acham alguma coisa. meu jeito de jogar e, se tiver que fazer alguma coisa, lgico que eu no sou aquele cara maldoso. Nunca chego para realmente quebrar uma perna de algum, para tirar o cara do jogo.
S sou um cara que chega mais firme. Lgico que uma hora ou outra voc vai acertar, mas nunca vai ser com essa maldade no corao. meu jeito e eu quero continuar assim. E eu vou (risos).

Acredita que algo que ajudou nessa identificao com o Galo foi sua postura nas redes sociais? Voc est sempre ativo, j publicou provocaes
Acho que, no incio, foi isso que me trouxe um pouco mais prximo do torcedor. Ns, jogadores, a gente sempre tem que se provar no campo. No jogo. O Patrick um cara com quem eu tenho conversado muito. Na estreia como titular, ele fez o gol. No outro jogo, ele j foi titular de novo. Falei: Irmo, aquele jogo l j foi. Se voc fizer uma cagada hoje, ningum vai lembrar mais do gol que voc fez, da tua me chorando. J foi.
Ento, a gente tem que se provar todo jogo. Eu estou conseguindo isso e, ao mesmo tempo, trazendo essa torcida, as pessoas para perto de mim fora do campo. Estou conseguindo juntar as duas coisas. Eu sou um cara ativo (nas redes sociais). Algumas postagens, algumas coisas, eu tenho um pessoal que faz isso. Muitas das vezes, nem sou eu.
Mas eu sou um cara assim, que gosta de estar prximo. s vezes, ajudar pessoas. Eu vejo mensagens que eu vejo que realmente de verdade aquilo ali, eu sou o cara que gosta de ajudar – no s financeiramente, mas s vezes responder. Deus te abenoe, estamos juntos, continua firme. Eu sou um cara que estou prximo a isso.
o meu jeito. Eu sou assim, minha esposa assim. Muito assim, mais que eu. Eu que, s vezes, tenho que mandar ela parar um pouquinho. Mas esse o nosso jeito como pessoa mesmo.
E as provocaes existem, porque quando voc est em um clube como o Atltico e voc tem do outro lado um rival, mas so s vocs dois aqui em Minas No igual So Paulo, que voc tem mais quatro, que voc consegue s vezes mudar o foco. Aqui so s dois. Voc acaba tendo que jogar do teu lado.
Essas provocaes vo existir. Eu sempre, enquanto eu estiver aqui, vou fazer isso. Eu acho que o futebol tambm. Eu levo para o lado do futebol, da zoao. Igual: a gente ganhou o clssico l, o 2 a 0 pelo Mineiro: existe a provocao. Se eles tivessem ganhado, eles iam fazer a provocao. Tenho certeza disso.
Ento, acho que isso o futebol. Essas coisas no deveriam parar e deveriam no ser to srias igual as pessoas levam para o lado ruim. Isso tem que diminuir um pouquinho e talvez voltar como era um pouquinho no passado. Os caras eram muito mais cabea quanto provocao. No pelo lado to ruim.
s vezes, os caras do passado eram muito. Mas eu digo as pessoas de fora. Entender de uma forma mais Igual, voc zoa seu amigo quando o time dele perdeu. Acho que essa zoao existe. No levar isso to extracampo, com violncia. Acho que isso no vale muito. Mas dentro do campo acho que podem existir sim essas provocaes.
Sua postura em clssicos tambm muito elogiada. S nesse ano voc teve algumas discusses com Gabigol, Dudu e Kaio Jorge. um jogo que motiva mais mesmo? Por qu, pra voc?
Desde quando eu entrei no Atltico, eu entendi a grandeza, a fora do clube e o quanto a histria. Eu consegui entender muito rpido isso. s vezes, tem jogadores que passam aqui que no conseguem entender o tamanho que um clssico, que a rivalidade. Eu consegui ver isso muito rpido. Muito rpido.
Quando eu sei que vai ter um clssico assim, um jogo dessa grandeza – no s como clssico brasileiro, futebol. Mas essa grandeza de clssico entre pessoas, entre torcidas, imprensa. Aquilo ali te anima, te deixa: Caramba, que jogo que tem amanh. O pr-jogo, um dia antes do jogo, na noite Voc j vai dormir pensando naquele jogo.
So coisas que, quando chega no momento: , agora chegou a hora. Aquecer, voltar, botar a roupa, a camisa e ir para o combate. Quando voc chega naquele momento, voc j est pilhado, j est naquela energia de jogo dessa grandeza. Acho que isso. Eu consegui entender muito rpido, e esses jogos eu gosto muito.

Por falar nisso, inevitvel essa pergunta Como est sendo essa relao com o Dudu, depois de tudo o que aconteceu nos Estados Unidos?
No, est de boa (risos). Como a gente estava tendo viagens e jogos, ele estava fazendo treinos separados. Ento, para ser bem sincero, a gente no teve muito esse contato de dia a dia, concentrar, ir para jogo, falar bom jogo. No teve isso ainda. dia a dia, bom dia, boa tarde, e a, beleza, e tal.
A gente vai melhorando ao decorrer da temporada. Quando ele, sei l, estiver jogando e fizer um gol, a gente vai ter que se abraar. Aquilo ali vai te trazendo um perto do outro. Para ser bem sincero, as programaes no estavam batendo tanto. Mas agora acredito que vai comear a ficar mais prximo.
Nos treinos, jogos, ele podendo j jogar. Isso tudo vai ajudar. Agora, estamos do mesmo lado. Eu tenho certeza que, no s eu, mas ele tambm muito profissional. Quando veste a mesma cor, a mesma camisa, tenho certeza que no tem como estar separado. Vai ter que estar os dois remando para a mesma direo, seno no d certo. Acredito que vai ser bom.
Vamos voltar um pouco no ano passado. Neste ano, voc voltou a atuar na zaga com o Cuca, mas no ano passado era o lateral-direito com o Milito, ainda que ficasse mais na base da jogada. Como voc avalia o trabalho dele?
Difcil, hein. Quando eu cheguei, tive que me adaptar forma de jogar no Brasil, forma de jogar que o treinador pedia. As oportunidades que eu tive ali na Libertadores Meu primeiro jogo como titular com ele foi pela Libertadores, contra o Fluminense. A gente tinha que ganhar em casa, ganhamos de 2 a 0.
Eu fui como lateral mesmo. Para ele mesmo, eu j tinha deixado claro: P, quero jogar, quero ajudar. Mas no a minha. No era ali que eu queria (risos). Mas eu queria jogar, tinha acabado de chegar. Precisava de ritmo, precisava jogar. Quis ajudar, e eu fui conseguindo isso.
S que no era minha posio, no era minha forma de acostumar a jogar. Posies de corpo, posicionamento, tudo isso muda muito. muito diferente. s vezes, na minha posio, voc pega o cara mais 9, aquele cara que gosta mais do corpo, que s gira para finalizar. Eu de lateral estava pegando os pontinhas mais rpidos dos times. So coisas diferentes. Voc tem que viver o jogo ali.
Conseguimos ir bem. Nem deu meu primeiro ano ainda no clube. (…) Esse perodo Milito que eu tive, para mim, foi muito bom. At como trabalhar com ele mesmo, assim. Um cara que todo mundo gostava aqui. Entendia muito. Dava para entender o que ele pedia.
S que parece que eu acho que, no incio, ele chegou forte aqui nos jogos e tudo. Depois, acho que foi pegando o jeito de como ele gostava de jogar. Os outros times. Eu acho que foi batendo de frente. No peguei esse incio. J peguei essa reta final.
Mas um treinador que consegue chegar em uma final de Copa do Brasil, final de Libertadores, acho que no tem muito o que falar tambm. Lgico que devem ter acontecido erros antes de eu chegar, como aconteceram alguns. Escolhas ou algo que ele poderia ter feito de diferente, mas acho que no tem como falar de um cara que conseguiu levar um clube em duas finais de campeonatos muito importantes.
O Brasileiro ali, infelizmente, no final, a gente teve que ter escolhas. Copa do Brasil, Libertadores. So jogos que voc vai ficando em uma importncia maior. O Brasileiro, s vezes, acaba sofrendo como foi. No ltimo jogo, a gente tinha que ganhar. Se perdesse, estava rebaixado. Foi um confronto direto ali com o Athletico Paranaense.
Uma situao que a gente no queria. A gente pensava em chegar naquela situao, mas campeo de uma Libertadores, ou campeo de uma Copa do Brasil. S que no final a gente no foi campeo de nenhuma das duas e ainda brigando para no cair. Ento, ficou uma situao meio chata, meio ruim.
Mas cara, dele (Milito) eu no tenho o que falar. Trabalhei pouco, mas o que eu trabalhei deu para ver o quanto o cara era profissional. Como eu falei: chegar em duas finais importantes assim, acho que no tem muito o que falar dele.
O que faltou para conquistar os ttulos da Libertadores e da Copa do Brasil?
Ah (respira fundo)…
Di falar disso, no ?
Di, velho, porque foi muito difcil para a gente. Voc se d conta da grandeza do jogo que voc perdeu. muito forte. Voc chega l, consegue ganhar bem do River. Ganhamos de 3 a 0 aqui. No sei se vocs viram o estdio do River, como estava l. O que foi aquilo ali? Aquilo ali foi absurdo. E voc sair dali com um 0 a 0 Aquilo ali, p. Vamos chegar bem na final.
E chegamos. Acredito que a gente chegou bem na final. Estvamos prontos para aquilo ali. S que so coisas que s o futebol consegue te proporcionar. Eles tm uma expulso no incio do jogo. O cara de fora fala: Agora j era, agora ganhamos. Um a menos? Ixe, vai dar ns. Os caras de fora pensam isso.
S que, cara, dentro de campo, como um time que estava muito bem trabalhado ali com o Artur Jorge, parece que voc no viu essa diferena. Eles foram melhores que a gente. Foram mais inteligentes tambm. Quando eles tiveram a expulso, o treinador deles no mudou o jeito de jogar. Continuou da mesma forma, do mesmo jeito, esperando uma mudana nossa, n?
Acabou que a gente tambm no mudou nosso jeito. Ficou melhor para eles daquela forma ali. Quando acaba o jogo, voc ainda est naquele estado sem entender o que aconteceu. Acho que at quando voc campeo, voc fica naquilo: O que est acontecendo? Da mesma forma, foi quando a gente perdeu. Demorou um pouco para cair a ficha do que a gente tinha na mo.
Particularmente, imagina? Voc acabar de chegar e ganhar uma Libertadores, j entrar para uma histria do clube. Quando voc comea, tinha isso, cair a ficha disso, disso e disso, o problema e a dor de cabea ficam muito maiores.
Aquele jogo ali o Botafogo mereceu ganhar, sendo bem sincero. Pela forma de como eles se comportaram depois da expulso que eles tiveram. Mas lgico, tambm por vacilo nosso. No vontade, porque bvio que a gente estava com uma vontade muito grande de ganhar.
Mas eu acho que, ao todo assim, uma comunicao nossa com o Milito. Uma mudana talvez de algum ali. Aquilo que ele fez no segundo tempo acho que era para ter feito logo quando teve a expulso. So coisas que voc hoje no consegue voltar. Acho que se tivesse que voltar, a gente ia ganhar de 5 a 0, se volta no tempo do jeito bonitinho e certinho.
Mas hoje, quando voc para para pensar mais calmo do que realmente aconteceu, eu s parabenizo o Botafogo. isso.

Para alm da chegada do Cuca, o elenco deste ano passou por vrias mudanas. Como a relao de vocs internamente? O que mais mudou do ano passado para este?
A gente j conversou sobre isso. Saram jogadores importantes para ns. Mas chegaram outros tambm que tambm tm a sua importncia. A gente tem um elenco muito bom. Voc pega no papel assim os nomes que a gente tem, um elenco muito bom, velho.
O Cuca eu acho que esse cara, de montar time, de montar elenco. Desde a chegada dele, eu escutei muito falar: Agora, voc vai ver o que ele vai fazer com a gente, com o grupo, com o elenco. Ele esse cara. lgico que a gente perdeu jogadores importantes, mas chegaram outros querendo assumir esse protagonismo, de cara, importante tambm.
Chegou o (Gabriel) Menino, que um cara que a gente sabe como foi. Nvel de Seleo tambm. O Rony, que tem sua importncia. O Cuello, que hoje um dos caras para mim principais nossos ali no ataque. Eu acho que questes de elenco, eu deixo para o Cuca, deixo para a diretoria, mas se eu fosse um torcedor e realmente visse com olhos de verdade do que a gente tem hoje, eu ficaria muito feliz.
Se voc pega no papel assim, cada nome de cada um, voc fala: Caraca, olha o time que eu tenho, mano. Acho que aproveitar cada pea da forma que tem que ser aproveitada. Tem alguns ainda que esto em tratamento, leso, que tm que voltar. Tem o Arana, o Cuello ficou fora.
Quando voc junta isso tudo, eu acho que a tendncia ficar muito mais forte. Como foi no incio do Mineiro, quando estava todo mundo junto, quando estava todo mundo podendo jogar. Com a chegada de alguns. Igual, o Jnior (Santos) chegou, mas teve essa questo de adaptao, de querer jogar.
A gente tem um time muito bom, velho. A gente agora tem que s entender isso. Temos que colocar na nossa cabea o quo bom a gente , o quo forte a gente . E deixar o resto para quem manda.
E como trabalhar com o Hulk no dia a dia, uma referncia no esporte e no clube? Em quais aspectos ele um jogador para se inspirar em termos de preparao, conduta no dia a dia?
Eu converso muito com ele. Ele um cara que muito profissional. No s o campo ali que mostra o que ele . No dia a dia, voc consegue ver o que o Hulk mesmo, o Givanildo. Dia a dia. No toa que ele conquistou – falando s de Galo mesmo. No toa o que conquistou aqui dentro.
Quando voc v o dia a dia do cara, uma coisa que te inspira muito. Que vira realmente um exemplo para voc. Pega esse exemplo quem quer, quem um cara inteligente, quem um cara que realmente quer alguma coisa, um objetivo desse nvel dentro de um clube. O cara tem que ser esperto de pegar essas senhas, essa chavinha que ele te d.
s vezes, o cara nem precisa falar muito com voc. Mas voc v o que ele faz. Acompanhar Voc tambm vai crescer de alguma forma. E eu sou esse cara. Consigo ver e e entender a forma que ele faz, a forma que ele , como ele em um vestirio. lgico que no sou mais aquele menininho de 18, que olha para ele com um olhar de Oh, estou aqui com ele. Sabe?
Eu j passei dessa fase. Olho para ele mais como: Estou com ele agora e ele precisa de ajuda tambm. Ele precisa de um cara do lado. Ele precisa de um maluco do lado, que vai estar ali e, se tiver que falar, gritar tambm Que s vezes um cara como ele tem que botar muito a cara – no s em imprensa, em entrevistas, mas dentro do grupo mesmo.
s vezes, voc chega a ser aquele cara chato porque sempre voc que vai falar, sempre voc que vai cobrar, que vai reclamar. Se tiver s um, muito ruim, porque o cara fica marcado. Por mais que ele queira ajudar, fica marcado de uma certa forma ruim. Para aqueles caras, mais ranzinzas, mais chatos: P, eu no aguento mais te ouvir, cara. Para, sai daqui.
Ento, se voc tem outra pessoa que pode fazer isso E a, foi o que eu tenho feito. Tenho tentado ser esse cara. Tenho tentado ser um cara que cobra tambm, que tambm d a cara. O cara que tambm vai reclamar com o juiz. Hoje no mais o Hulk o cara que toma carto. Hoje sou eu (risos).
H seis, sete meses atrs, logo quando eu cheguei, era o Hulk. Teve que dar a faixa para o Arana porque ele reclamava e tomava carto (risos). Eu j via isso. Ento, falei: Velho, vou chegar de uma forma que eu quero chegar mesmo. Ento, o Hulk est sendo um exemplo para mim. No s de palavras, mas do que ele , do que ele representa no clube. isso que eu quero ser.
Voc ter um cara desses do seu lado muito importante. No s como profissional, mas como pessoa tambm. Ele top demais, velho. um cara que ajuda muito. No a gente assim, mas eu digo pessoas. Um cara que est aberto a ajudar pessoas. Eu sou assim, esse meu jeito, minha esposa tambm.
A gente quer estar no meio das pessoas que precisam, das pessoas que pedem ajuda. E o Hulk eu vejo assim. Eu tento seguir esse exemplo e fazer o que ele para realmente chegar de uma certa grandeza de representar um clube como o Galo.
Nos ltimos dias, surgiram rumores de que voc recebeu sondagens de clubes do exterior. Chegou algo mesmo? O torcedor quer saber: existe alguma possibilidade de o Lyanco deixar o Atltico nesta janela?
Vou ser bem sincero, mas no muito (risos). Eu estou muito focado no Galo, de verdade. Como eu falei e tenho falado desde que cheguei, meu objetivo ser grande aqui. Tenho objetivos pessoais de Seleo Brasileira, de uma Copa do Mundo que est para vir. Sei que hoje pode parecer um pouco distante esse objetivo, mas eu tenho esse sonho. E o Atltico pode me proporcionar isso.
Eu tenho isso no meu corao, e todo jogo eu tenho colocado isso para jogo. No toa que eu entro nos jogos querendo fazer gol, aparecer, jogar, sou um segundo capito de um clube como esse, ento so coisas que me ajudam nessa caminhada rumo Seleo.
Mas quando voc est nessa visibilidade, obviamente as coisas aparecem. No vou mentir, teve sim ligaes, contatos, mas eu rapidamente passei para o meu pai que cuida hoje da minha carreira. Foi (direto comigo), porque eu j tinha o contato dessas pessoas.
Eu j passei rapidamente para o meu pai. Eu no preciso provar, mas se tivesse que mostrar aqui a minha mensagem para ele foi: pai, estou focado aqui e quero Seleo. Foi isso que falei para ele. Mas eu no vou mentir, isso me deixa feliz, porque so coisas que voc vem plantando, batalhando, trabalhando, e chegam ligaes importantes. Est dando certo. Estou fazendo aquilo que precisa ser feito.
Me deixa muito feliz, mas no mudou nada meu assim, de verdade, de pensamento, minha cabea no mudou. Eu deixei realmente para o meu pai, e a mensagem est ali. Foi essa a conversa que tive com ele. Sei dos clubes que procuraram, o que tem, mas no mudou nada. Estou muito feliz aqui. Espero que me valorizem aqui dentro tambm, dar uma dobrada (risos). Quero fazer histria aqui, conquistar coisas aqui, no s individuais, mas com o clube.
Se tiver que acontecer, espero que sejam coisas boas para o clube, principalmente, e para mim, bvio. E o que eu puder controlar, o que depender de mim, eu consigo fazer e tenho na minha cabea o que eu quero. Mas lgico que futebol muito doido e s vezes saem do controle algumas coisas. Se for perguntar para o Lyanco, bom para mim o Galo.
Chegou algo do futebol brasileiro?
No. A eu no saio daqui. Se for para o futebol brasileiro ningum me tira daqui, isso j deixei claro, eu fico aqui. Pela adaptao que tive aqui, minha famlia, meu filho do Galo. Eu no misturaria a cabea dele hoje, tadinho.
Acho que eu no saio daqui por ser Minas Gerais, o quanto eu tive aqui, minha famlia ama aqui, estou mais prximo do Esprito Santo, o clube como , as pessoas, os caras que trabalham aqui. Acho que daqui eu no saio. Se tivesse algum clube brasileiro iria usar s para tentar aumentar o salrio aqui (risos). Tem isso, eu fico aqui. Mas de verdade, eu no penso em sair para clube brasileiro. No passa nem na minha cabea.
ltima pergunta justamente sobre Seleo Brasileira. A imprensa, como um todo, j coloca voc ali em um top 5, top 3 de melhores zagueiros do futebol brasileiro com tranquilidade. Voc acha que est se aproximando? O que falta para aparecer seu nome na lista dos convocados? Voc estava na pr-lista do Ancelotti?
Cara, no fiquei sabendo, mas no acredito muito no (que estava na pr-lista). Sendo sincero, lado pessoal. Acho que nem na pr-lista eu estava. Se no, alguma coisa ia sair ou alguma coisa eu ia saber (risos). Se eu fiquei sem saber nada, coisa boa no .
Eu acho que falta de verdade mesmo o Galo ter uma grande contribuio com isso. Nossos campeonatos. Se voc bota o Galo entre os quatro de um Brasileiro, em uma final de Sul-Americana, em uma semifinal ou final de Copa do Brasil. Acho que as coisas vo mudando. No s para mim, eu digo para os outros atletas tambm, como o Arana.
Eu acho que no muito individual s. Tem todo o contexto. Se o Galo junto com o Lyanco consegue estar, como eu falei, no top 4 do Brasileiro, essas coisas. O clube indo junto, acho que as coisas ficam muito mais fceis. So coisas que andam juntas.

Acredito que vai chegar na hora certa. Tenho tempo ainda at a Copa do Mundo. Hoje o futebol est muito competitivo, no sentido de que tem muitos nomes. Ainda mais no Brasil. O Brasil, onde voc vai tem brasileiro jogando em tudo que lugar. A competitividade est muito alta. De nvel tambm, de jogar futebol, est muito alta.
Hoje, de verdade, me considero a nesses tops assim do Brasil. Lgico que, para uma Seleo, voc compete com algum l da Inglaterra, da Espanha, da Frana – como tem o caso do Alexsandro (do Lille). Est muito competitivo. Mas eu acredito que eu estou cada vez, espero, entrando nesses radares assim. Vai chegar na hora certa, se Deus quiser.
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