Vice-presidente de Futebol do Flamengo, Marcos Braz se pronunciou na manh desta tera-feira (28/5), atravs de nota, sobre as investigaes em suposto esquema de desvio de dinheiro de projetos de esportes da Prefeitura do Rio de Janeiro, quando era da Secretaria Municipal de Esportes.
O dirigente rubro-negro comandou a pasta entre entre janeiro de 2015 e maro de 2016. O caso tambm envolve o senador Romrio (PL), e as acusaes contra eles partiram de uma delao premiada.
“O senhor Marcos Braz foi secretrio pelo perodo de 16 meses, entre os anos de 2015 e 2016, ou seja, h quase nove anos. Causa estranheza que estes fatos, levados ao conhecimento dos rgos de imprensa, de uma delao que supostamente foi feita em 2019, j passados cinco anos, sejam noticiados s agora, em pleno perodo pr-eleitoral, que se nega veementemente a prpria existncia destes fatos. Como uma pessoa pblica e altamente exposta, encontra-se disposio das autoridades, sendo de seu total interesse que os fatos sejam esclarecidos com a maior brevidade possvel. A defesa buscar ter acesso ao suposto procedimento investigatrio”, afirma nota enviada pela assessoria do Flamengo.
Entenda o caso
Um inqurito foi aberto no incio deste ms no STF (Supremo Tribunal Federal) para investigar o caso, que tem indcios de corrupo passiva e lavagem de dinheiro. Sob sigilo, o inqurito tem relatoria do ministro Kassio Nunes Marques.
A base para as investigaes um anexo da delao premiada do empresrio Marcus Vincius Azevedo da Silva. Ele chegou a ser preso em 2019, acusado de participar do desvio de recursos de projetos sociais do governo e da Prefeitura do RJ.
No ano seguinte, assinou com a PGR (Procuradoria-Geral da Repblica) um acordo de delao premiada, cujos termos e contedo esto em sigilo. Logo em seguida, Marcus Vincius passou a responder ao processo em liberdade.
Braz pegava dinheiro em ONG, diz delator. Segundo Marcus Vincius, o vereador era o responsvel pelo recolhimento de valores desviados no esquema que envolveu uma ONG para “favorecimento ilcito de Romrio”. A reportagem no teve acesso a detalhes sobre como se dava o repasse.
Esquema na Secretaria Municipal de Esportes do Rio. O delator afirmou que os pagamentos ocorreram durante a passagem de Braz pelo comando da pasta, cargo para o qual foi indicado por Romrio e onde permaneceu entre janeiro de 2015 e maro de 2016.
Contratos com ONG so investigados. O MPF pediu informaes Prefeitura do Rio sobre contratos assinados por Braz com o Cebrac (Centro Brasileiro de Aes Sociais para Cidadania), no valor total de R$ 13 milhes, para a gesto de vilas olmpicas (espaos para prtica de esportes).
“Superdimensionamento” de servios. Segundo o delator, o dinheiro desviado veio da ONG, que recebeu recursos por meio de contratos com a secretaria de Esportes. Os desvios se dariam a partir do pagamento de valores superiores aos servios efetivamente prestados.
Ao UOL, Romrio disse, por meio de nota de sua assessoria de imprensa, que a delao “possui narrativa vaga e imprecisa” (veja a ntegra da nota ao final da reportagem).
O senador Romrio no responde pelas aes do secretrio [Braz] no exerccio de suas funes. Ele reafirma sua confiana na Justia e no inquestionvel arquivamento da investigao.
Assessoria de imprensa de Romrio
O UOL no teve acesso a provas apresentadas por Marcus Vincius que esto sob sigilo e em apurao da PF e do MPF. Para sustentar as informaes, o delator deu acesso aos investigadores a anotaes, computador e celular.
Se constatado que mentiu, Marcus Vincius est sujeito resciso do acordo e a pena de at quatro anos de priso. Procurada, a defesa do delator no quis se pronunciar.
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