O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou nesta terça-feira (20) que o asilo diplomático concedido em abril a Nadine Heredia Alarcón, ex-primeira-dama do Peru, foi em decorrência de questões de saúde, sendo a decisão tomada ‘em bases humanitárias’. O depoimento está em andamento na reunião da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).
Durante sua fala, o ministro também criticou as tarifas impostas pelos Estados Unidos e a devastação ocasionada pelas guerras, como a ocorrida na Faixa de Gaza.
A audiência pública foi convocada por requerimentos do senador Sergio Moro (União-PR), que questionou a legalidade do asilo concedido a Nadine, que foi condenada a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro relacionada a dois casos de financiamento ilegal de campanhas do ex-presidente peruano Ollanta Humala, seu marido.
Vieira esclareceu que “não cabe discussão do mérito” do asilo devido à urgência humanitária envolvida. Ele ressaltou que o governo peruano expediu um ‘salvo-conduto sem questionamento’ para permitir a retirada da ex-primeira-dama.
“A senhora Heredia foi submetida a uma cirurgia grave relacionada à coluna cervical e está em recuperação. Ela também tem um filho menor que ficaria desassistido, visto que seu marido está detido.”
O ministro enfatizou que a concessão do asilo obedeceu a um rito protocolar e que a urgência da situação tornava a discussão do mérito inadequada. Nadine fez um pedido de refúgio junto ao Conare (Comitê Nacional para os Refugiados), que é o órgão responsável por avaliar o mérito do seu caso.
No entanto, Sergio Moro rejeitou o asilo, classificado como “infame”. Ele levantou questionamentos sobre a urgência da questão de saúde de Nadine e a celeridade na concessão da proteção.
“Há divulgação pela imprensa brasileira e peruana de que ela estaria bem de saúde. Há até um vídeo amplamente reproduzido que mostra isso. Foi feito algum exame médico independente para saber das reais condições de saúde da Nadine?”
Mais informações devem ser divulgadas a seguir.
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