Aos 69 anos, Yone Lindgren não é apenas uma mãe para muitos, mas uma verdadeira matriarca da resistência LGBT. Como ativista histórica e colaboradora de políticas públicas, Yone, que se assumiu lésbica aos 15 anos, grifa em sua trajetória uma luta que começou na repressão da ditadura militar e se estende até os dias atuais, marcados pela defesa dos direitos LGBTQIA+ e o combate à solidão entre os mais velhos.
“Eu tenho um amigo que define isso muito bem: ‘nós somos os fuscas do movimento LGBTQIA+. Quanto mais velhos, mais bonitos.’” A força dessas palavras reflete em um momento de reflexão promovido durante o Mês do Orgulho LGBTQIA+ neste ano, onde o envelhecimento tornou-se um tema central nas celebrações, incluindo a Parada do Orgulho de São Paulo que ocorreu em 22 de junho.
Memórias e Direitos
O ato na Avenida Paulista reverencia histórias como a de Yone, ressaltando a importância de lutar pelo envelhecimento com dignidade num espectro que ainda sofre com o abandono e a invisibilidade. O presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT, Nelson Matias Pereira, enfatizou que o legado dos mais velhos é vital para a construção contínua dos direitos da comunidade.
“Envelhecer é uma conquista, mas, para muitas pessoas LGBT+, ainda é um desafio marcado pelo silenciamento e pela ausência de políticas públicas.”
O impacto do Envelhecimento na Comunidade
A solidão e a falta de uma rede de apoio são desafios enfrentados por muitos membros da comunidade LGBTQIA+ ao envelhecer. O gerontologista Diego Felix Miguel alerta para a necessidade de criar espaços que valorizem e escutem as histórias das pessoas idosas LGBT. “Precisamos fortalecer os vínculos intergeracionais dentro da comunidade,” afirma.
As vivências de Jorge Caê Rodrigues, ativista de 70 anos, mostram a força da coletividade no enfrentamento da solidão. “Recorrer à luta coletiva é fundamental para vivermos nossos anos dourados com dignidade e felicidade,” conclui.
Ancestrais do Futuro
Com a realização do projeto Traviarcas, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais também busca investigar as condições de vida e saúde de travestis e pessoas trans idosas. A luta pela visibilidade e dignidade do envelhecimento LGBTQIA+ é uma constante em um cenário onde muitas vezes essas vidas são marginalizadas.
**Celebremos as histórias de resistência, coragem e amor que continuam a moldar não apenas o passado, mas também o futuro da comunidade LGBTQIA+.**
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