(foto: Mouro Panda/Amrica)
O meio-campista boliviano Miguel ngel Terceros Acua, mais conhecido Miguelito, de 21 anos, est preso em Ponta Grossa, no Paran, desde a noite desse domingo (4/5), aps a partida entre Operrio e Amrica, pela sexta rodada da Srie B do Campeonato Brasileiro. O jogador do Coelho foi detido depois de ser denunciado por injria racial.
O caso ocorreu ainda no primeiro tempo da partida disputada no Estdio Germano Krger. Miguelito, do Amrica, foi denunciado por injria racial contra Allano, atacante do Operrio.
O rbitro Alisson Sidnei Furtado registrou, inclusive, a situao na smula. “Relato que aos 30 minutos do primeiro tempo, o atleta nmero 29 da equipe mandante, Sr. Allano Brendon de Souza Lima, veio at minha direo, alegando ter sido chamado de ‘preto cago’ pelo atleta Miguel ngel Terceros Acua, nmero 7 da equipe visitante”, redigiu.
O protocolo antirracista da Fifa, implementado pela Confederao Brasileira de Futebol (CBF), foi imediatamente acionado. No entanto, Alisson Sidnei alega que nenhum integrante da equipe de arbitragem testemunhou o momento em que Miguelito atacou Allano.
“Informo que nenhum integrante da equipe de arbitragem no campo de jogo viu e/ou ouviu tal incidente. Aps a comunicao do atleta da equipe mandante, imediatamente foi realizado o protocolo antirracismo, em sua primeira etapa, a qual consiste na paralisao do jogo, realizao do gestual antirracista e o anncio feito no estdio explicando o motivo da paralisao do jogo e que se o incidente no cessasse, a partida seria interrompida”, explicou.
Depois do jogo, Miguelito e Allano foram conduzidos at uma delegacia, onde o jogador do Amrica foi detido em flagrante.
“Inicialmente, ouviu-se a vtima, ela [Allano] relatou com riqueza de detalhes o que teria acontecido. Afirmou categoricamente ter ouvido a ofensa racial proferida por Miguelito. Tambm foi ouvida a testemunha, que seria o capito do time do Operrio, o jogador Jacy. Ele estava prximo ao lance e tambm afirma que pode ouvir claramente o que disse Miguelito”, ressaltou Gabriel Munhoz, delegado da 13 subdiviso policial de Ponta Grossa.
Operrio busca imagens e mais provas
O Operrio vai buscar imagens da transmisso da partida e outras provas para corroborar a denncia de Allano. “O clube […] tomar todas as medidas cabveis diante da gravidade da situao”, informou, em nota.
A reportagem de No Ataque apurou que o Amrica, por sua vez, monitora de perto a situao de Miguelito com um advogado desde a madrugada desta segunda-feira (5/5), no Paran. A delegao retorna a Belo Horizonte, mas representantes do clube seguiro em Ponta Grossa.
Leia a nota completa do Operrio sobre o caso
“O Operrio Ferrovirio Esporte Clube repudia com veemncia qualquer ato de racismo. Durante a partida de hoje (4/5), diante do Amrica, o nosso atleta Allano relatou ter sido vtima de ofensas racistas por parte do jogador Miguelito, da equipe adversria. O clube est buscando as imagens e demais elementos que possam confirmar os fatos e tomar todas as medidas cabveis diante da gravidade da situao. Reforamos que o Operrio est prestando todo o suporte necessrio ao atleta Allano e seguir firme em seu compromisso com a luta contra o racismo, dentro e fora de campo. No vamos tolerar nenhuma forma de discriminao”.
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