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Ministério Público processa escritórios por abusos às vítimas de Mariana

Ministério Público processa escritórios por abusos às vítimas de Mariana

Uma ação civil pública com pedido de tutela de urgência foi ajuizada pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo contra os escritórios de advocacia Pogust Goodhead Law LTD (PGMBM) e Felipe Hotta Sociedade Individual de Advocacia por práticas abusivas contratuais e danos morais às vítimas do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG), em 5 de novembro de 2015.

A ação, protocolada pelo Ministério Público capixaba, foi realizada em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Estado de Minas Gerais e as defensorias públicas do Espírito Santo, Minas Gerais e da União.

Segundo a ação, os escritórios de advocacia impuseram cláusulas abusivas em seus contratos com os atingidos, o que gerou incerteza sobre os direitos das vítimas do desastre. Dessa forma, a ação busca assegurar a transparência e o direito de escolha dos afetados pelo desastre do Rio Doce.

A ação civil pública solicita:

  • Pagamento de danos morais coletivos;
  • Invalidação das cláusulas abusivas nos contratos;
  • Garantia de que os atingidos possam receber indenizações no Brasil sem penalizações;
  • Proteção do direito de livre escolha e autodeterminação das vítimas.

Cláusulas Abusivas

Os promotores e defensores públicos destacam que as cláusulas contratuais abusivas incluem:

  • cobrança de honorários sobre indenizações obtidas no Brasil, incluindo aquelas decorrentes de acordos nos quais o escritório não atuou;
  • restrições à rescisão contratual pelos atingidos;
  • pagamento ao escritório mesmo em caso de desistência da ação na Inglaterra;
  • divulgação de campanhas que desaconselham a adesão dos atingidos aos programas de indenização no Brasil.

A promotoria também informa que a Pogust Goodhead LTD impôs cláusula de foro exclusivo na Inglaterra e a previsão de arbitragem em Londres, em língua inglesa. Esta prática é considerada abusiva e incompatível com a condição de vulnerabilidade dos contratantes.

O MP enfatiza que os impactados pelos danos ambientais e sociais são, em sua maioria, brasileiros de baixa renda e com acesso limitado à informação jurídica.

Para mais informações, você pode acessar o conteúdo completo da ação civil pública na internet: Ação Civil Pública MPES.

Sobre os Escritórios de Advocacia

A Pogust Goodhead Law LTD (PGMBM) é um escritório de advocacia localizado em Londres, que propôs ação coletiva contra a BHP Billiton, representando mais de 700 mil brasileiros impactados pela tragédia ambiental, alegando a responsabilidade civil da empresa pelo desastre.

Rompimento da Barragem

O rompimento da barragem nomeada Fundão resultou na liberação de cerca de 39 milhões de metros cúbicos (m³) de rejeitos de mineração, que se espalharam por 663 quilômetros da Bacia do Rio Doce até a sua foz, no Espírito Santo. Este volume seria suficiente para encher 15,6 mil piscinas olímpicas.

A tragédia deixou 19 mortos. Os distritos mineiros de Bento Rodrigues e Paracatu foram destruídos pela enxurrada e a bacia hidrográfica do Rio Doce, que abrange 230 municípios nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, foi gravemente afetada.

Para saber mais sobre a linha do tempo da tragédia de Mariana (MG), acesse: Linha do Tempo da Tragédia.

Confira a matéria completa em: maisvip.com.br

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