Míriam Leitão, a renomada jornalista e escritora, foi eleita para a cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras (ABL), um espaço que pertenceu ao cineasta Cacá Diegues, falecido em fevereiro deste ano.
Com 20 votos de um total de 37, Leitão superou o ex-senador Cristovam Buarque, que obteve 14 votos em sua candidatura.
Quem é Míriam Leitão?
Natural de Caratinga, em Minas Gerais, Míriam conta com 53 anos de experiência no jornalismo, destacando-se na cobertura de temas relacionados à política e economia. Trabalhou em veículos como a Gazeta Mercantil e o Jornal do Brasil, mas desde 1991 faz parte do Grupo Globo, atuando como comentarista e colunista, além de manter um blog que leva seu nome.
A jornalista é também uma autora consagrada, com 16 livros publicados, sendo laureada em duas ocasiões com o Prêmio Jabuti, o mais prestigiado da literatura brasileira.
Preocupada com o meio ambiente, Míriam e seu esposo, o cientista político Sérgio Abranches, reflorestaram uma área de 109 hectares em Santos Dumont (MG), onde plantaram 32 mil mudas de espécies nativas, criando uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) que preserva o local da derrubada.
Presa durante a ditadura
Durante a ditadura militar no Brasil, Míriam foi presa e torturada em 1972, aos 19 anos, por pertencer ao PCdoB e ser vista como “subversiva”. Ela foi absolvida das acusações em 1974. O tempo em que ficou detida, estando grávida, foi marcado por intensas sessões de tortura, que ela relatou em uma entrevista ao Observatório da Imprensa. A jornalista lembrou um episódio particularmente cruel em que foi deixada nua em uma sala escura com uma cobra.
Nos últimos anos, Míriam se tornou um alvo recorrente de ataques e críticas durante o governo de Jair Bolsonaro. O então presidente a acusou de mentir sobre suas experiências durante a ditadura, alegando que a jornalista estava tentando “impor” uma ditadura comunista no país. O Grupo Globo defendeu Míriam em um comunicado, refutando as declarações do presidente.
Recentemente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro ironizou a tortura que Míriam sofreu, provocando uma onda de indignação. O editorial do O Globo repudiou as declarações do parlamentar, destacando sua falta de decência e respeito humano.
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