A China anunciou nesta quarta-feira (7) alterações em sua política monetária para mitigar os impactos da guerra comercial com os Estados Unidos, logo antes do reinício das negociações em Genebra.
O governador do Banco Popular da China, Pan Gongsheng, comunicou que a taxa das operações de recompra reversa (“reverse repo”) foi reduzida de 1,5% para 1,4%. Adicionalmente, a taxa de empréstimos aos bancos comerciais teve uma queda de 0,25 ponto percentual, passando a 1,5%. Já o índice de reservas obrigatórias foi cortado em 0,5 ponto, permitindo a liberação de cerca de um trilhão de yuans (121 bilhões de euros) em liquidez adicional.
No intuito de fomentar o consumo interno, o banco central também reduziu a taxa de juros dos empréstimos imobiliários com prazo de cinco anos.
Essas iniciativas coincidem com um momento de desaceleração na economia chinesa, acentuada pelas tarifas dos EUA, que alcançam até 145% sobre diversos produtos chineses. Dependente de exportações, a China ainda enfrenta uma crise prolongada no setor imobiliário.
Em resposta, Pequim impôs tarifas de até 125% sobre bens norte-americanos e suspendeu a maior parte das compras de produtos agrícolas dos EUA.
Na terça-feira, representantes dos dois governos confirmaram que o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, e o representante de Comércio, Jamieson Greer, se reunirão ainda esta semana em Genebra com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng.
Apesar do progresso nas negociações, tanto os EUA quanto a China continuam firmes em suas posições sobre as tarifas. Segundo Stephen Innes, analista da SPI Asset Management, o encontro “pode consolidar a frágil confiança ou reacender a guerra comercial”.
O conflito já impactou as duas maiores economias globais, com os EUA apresentando uma contração de 0,3% no PIB do primeiro trimestre. Enquanto isso, a China registrou um crescimento anual de 5,4%, impulsionado por um pico temporário na produção industrial — dado que alguns analistas consideram duvidoso, em decorrência da queda nas encomendas para exportação e do esfriamento no otimismo empresarial.
Após o anúncio, os mercados reagiram favoravelmente: as bolsas de Hong Kong aumentaram mais de 2% e as de Xangai subiram 0,5%, enquanto os futuros americanos também mostraram crescimento. No entanto, analistas como Tan Jing Yi, do Mizuho Bank, aconselham cautela, afirmando que “não se espera uma reação eufórica. Qualquer alívio poderá surgir apenas com cortes pontuais de tarifas.”
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