Uma recepcionista de Salvador abandonou a ação judicial onde pedia licença-maternidade para cuidar de uma boneca reborn após sofrer ameaças e ataques nas redes sociais. A desistência foi formalizada através de uma petição protocolada na última quinta-feira (29 de maio) no Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-5).
A funcionária, que está na empresa desde abril de 2020, alegava ter desenvolvido um vínculo afetivo profundo com a boneca, batizada de “Olívia”. Ela buscava na Justiça o reconhecimento da rescisão indireta do contrato de trabalho, alegando sofrer abalos psíquicos e zombarias constantes por tratar a boneca como filha.
A advogada Vanessa Homem, que representa a trabalhadora, afirmou que a situação saiu do controle em menos de 24 horas após a divulgação do caso, tornando a recepcionista alvo de mensagens ofensivas e até ameaças de agressão física. A advogada também precisou desativar seus perfis online após pessoas procurarem sua residência durante a madrugada.
Na ação inicial, a defesa solicitava uma indenização de R$ 10 mil por danos morais, além de verbas rescisórias como aviso prévio, férias vencidas e proporcionais, liberação do FGTS com multa de 40%, salário-família retroativo e guias para seguro-desemprego. A advogada alegava que a relação da cliente com a boneca envolvia “entrega emocional, investimento psíquico e comprometimento afetivo”, semelhantes aos da maternidade.
No pedido de desistência, a advogada expressa seu pesar pela repercussão negativa e destaca que os termos “bebê reborn” e “licença-maternidade” geraram interpretações distorcidas, gerando polêmica e desrespeito à integridade física e mental dos envolvidos.
Diante dos riscos à segurança da cliente e da equipe jurídica, a defesa também pediu que o processo seja mantido sob segredo de justiça.
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