O humorista e influenciador Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, foi condenado a 11 anos e 8 meses de prisão em regime fechado por estelionato, junto com o empresário Anderson Bonetti.
A decisão foi tomada nesta terça-feira (10) e se refere a um esquema de vendas fraudulentas na loja virtual Tadizuera, que oferecia eletrônicos e eletrodomésticos a preços abaixo do mercado, mas não entregava os produtos aos consumidores.
O juiz responsável, Patrícia Pereira Krebs Tonet, destacou que os crimes aconteceram entre março e julho de 2021 e afetaram pelo menos 18 vítimas em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Os clientes relataram que, após realizarem pagamentos por itens como televisores e smartphones, não receberam as mercadorias nem tiveram os valores reembolsados.
A juíza descreveu o esquema como um “plano meticulosamente organizado para enganar um grande público, obtendo vantagem financeira significativa”. Ela enfatizou que os alvos do golpe eram pessoas de baixa renda, em busca de bens essenciais, e que Nego Di se beneficiava de sua imagem pública para alcançar mais consumidores.
Em nota, a advogada Camila Kersch defendeu que Nego Di nunca foi sócio de Bonetti e que sua imagem foi usada para promover a plataforma sem seu consentimento. Segundo a defesa, as vítimas que aceitaram foram ressarcidas durante o processo judicial.
Além disso, a defesa contesta a alegação de que haveria centenas de vítimas, afirmando que apenas 18 foram identificadas no processo. Também alegou que Bonetti reconheceu judicialmente que Nego Di não tinha controle sobre a operação do negócio e planeja recorrer da condenação.
Nego Di foi preso preventivamente em julho do ano passado e ficou mais de quatro meses na Penitenciária Estadual de Canoas. Sua defesa levantou questões sobre a motivação da prisão, que ocorreu 11 meses após o encerramento da investigação.
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