(foto: Kirill KUDRYAVTSEV / AFP)
A torcida do Paris Saint-Germain exibiu uma bandeira com a imagem de Luis Enrique ao lado da filha Xana, que morreu aos nove anos em 2019, aps a goleada por 5 a 0 sobre a Inter de Milo na final da Champions League, neste sbado (31/5). Em entrevista coletiva depois partida na Allianz Arena, em Munique, o tcnico agradeceu a homenagem e comentou como encara a situao.
“ muito emocionante ver a bandeira e a homenagem dos torcedores minha famlia. Mas no preciso ganhar uma Champions para lembrar da minha filha. Ela est sempre presente e apoiando a famlia. A sinto especialmente quando perdemos ou quando as coisas no saem bem. Se trata de focar em tudo de bom que ela viveu conosco e tirar o positivo de situaes negativas. Essa um pouco a mentalidade que tem a minha famlia”, disse o espanhol.
Xana morreu em decorrncia de um cncer da medula ssea. O drama transformou a vida de Luis Enrique, que criou uma fundao com o nome da filha para apoiar crianas que sofrem de doenas graves. Tambm alterou o curso da carreira de um dos treinadores mais bem-sucedidos de sua gerao.
Queda na Seleo Espanhola
Quando a doena foi descoberta, em junho de 2019, ele era o tcnico da seleo espanhola. Licenciou-se para se dedicar ao tratamento da filha. Ela morreu em agosto do mesmo ano. Na volta, Luis Enrique acusou o substituto interino, Robert Moreno, de ter tentado roubar seu emprego.
Sob o comando de Luis Enrique, a Espanha chegou Copa do Mundo do Qatar, em 2022, como uma das favoritas. Mas, depois de ter estreado com um impressionante 7 a 0 sobre a Costa Rica, o time espanhol parou de jogar bem. Acabou derrotado nos pnaltis por Marrocos, uma das surpresas do torneio, nas oitavas de final. A eliminao custou o cargo a Luis Enrique.
Vida nova no PSG
Depois de um ano, veio o convite do Paris Saint-Germain. A misso parecia ingrata: apesar de seu elenco bilionrio, o PSG vinha de seguidos insucessos no mata-mata da Champions League, seu grande objetivo.
Para dificultar a tarefa, Luis Enrique no contaria com o trio de estrelas formado por Lionel Messi, Kylian Mbapp e Neymar. O argentino foi o primeiro a sair, trocando o PSG pelo Inter Miami, dos Estados Unidos. O prprio Luis Enrique fez chegar a Neymar a informao de que no contava com ele. Dias depois, o brasileiro anunciou a transferncia para o Al Hilal, da Arbia Saudita.
Restava apenas Mbapp, que mal escondia a vontade de jogar no Real Madrid, o time de seus sonhos. Quando a temporada 2024/25 comeou, Mbapp foi embora, e o PSG no contava mais com nenhuma superestrela. Se estrelas bastassem para ganhar ttulos, o PSG teria oito Champions League, comentou Luis Enrique, na poca da sada de Mbapp.
O elenco do PSG continuou forte, sobretudo do meio-campo para trs, com o italiano Gianluigi Donnarumma no gol, o marroquino Achraf Hakimi na lateral direita e o brasileiro Marquinhos na zaga. Com a ajuda do diretor Luis Campos, 60, um ex-treinador portugus renomado pelo olho clnico para contratar, Luis Enrique achou as peas que faltavam, sobretudo os atacantes Ousmane Dembl, francs vindo do Barcelona, e Khvicha Kvaratskhelia, georgiano trazido do Napoli, da Itlia.
Se em 2015 a primeira Champions podia ser atribuda mais qualidade dos jogadores que aos mritos do treinador era o Barcelona de Messi, Surez, Neymar, Iniesta, Piqu, Daniel Alves, desta vez os crticos so unnimes em reconhecer o papel de Luis Enrique.
O espanhol moldou o PSG do seu jeito, com nfase no jogo coletivo e na busca da posse de bola o tempo inteiro, algo que nem sempre se via nos tempos do trio Messi-Neymar-Mbapp. Amo jogar neste time, disse Marquinhos, em uma das entrevistas antes da final em Munique.
Depois de dois anos em Paris, Luis Enrique ainda no domina muito bem o francs. Mas seu esforo nas entrevistas agrada em cheio o pblico local ao contrrio de Neymar, que em seis anos de PSG nunca aprendeu o idioma, o que contribuiu para o desamor entre ele e a torcida.
Como jogador, Luis Enrique foi um meia-atacante polivalente e esforado. Revelado pelo Sporting Gijn, jogou cinco anos pelo Real Madrid, mas mais lembrado pelos oito anos no Barcelona. Pela seleo, o momento mais famoso talvez tenha sido na Copa do Mundo de 1994, quando uma cotovelada do italiano Tassotti deixou seu rosto ensanguentado e no rendeu nem sequer um carto amarelo ao adversrio.
Confira a matéria completa em: noataque.com.br