O novo consignado privado, apresentado na última sexta-feira (21) pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva, promete revolucionar o setor bancário ao oferecer uma alternativa mais segura em tempos de alta inflação e juros, conforme afirmam especialistas.
Ao ser considerado um produto menos arriscado, o novo consignado se revela atrativo, com taxas de juros mais baixas. Espera-se que seu volume de contratação supere o do crédito pessoal, que possui taxas elevadas, compensando assim a diferença na rentabilidade das operações.
A garantia do salário e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para o trabalhador que opta por esse modelo deve resultar em perdas menores para os bancos. Se a nova modalidade substituir o crédito pessoal, esta mudança poderá permitir que as instituições financeiras diminuam a provisão que guardam para perdas esperadas, impactando positivamente seus balanços financeiros.
Os analistas apontam que o índice de inadimplência esperado para o crédito pessoal gira entre 20% e 30%, enquanto que no novo consignado privado essa taxa deve ser de apenas 6% a 8% dos empréstimos.
“Esperamos que a nova resolução estimule a originação e melhore a qualidade do crédito no setor bancário, mesmo que isso possa prejudicar as margens por conta da migração de linhas de crédito mais caras para este novo produto, com uma concorrência mais acirrada. Contudo, o efeito líquido será positivo para o sistema”, afirma Alexandre Albuquerque, analista sênior da Moody’s Ratings.
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) prevê que R$ 85 bilhões em crédito pessoal contratado por trabalhadores formais migrará para o novo consignado. Segundo a Moody’s, a introdução de um produto com taxas mais baixas e menor risco poderá oferecer algum suporte ao crédito em um cenário de redução do apetite financeiro, com aumento das taxas de juros e desaceleração econômica.
Enquanto vários grandes bancos como Itaú e Santander adotam uma postura conservadora na concessão de empréstimos, um porta-voz do Banco do Brasil declarou que está preparado para explorar essa nova modalidade, buscando aumentar sua participação no mercado.
O BB almeja conquistar 10% do mercado de consignados, um aumento significativo em relação aos 3,8% que possui atualmente nesta modalidade. Os bancos líderes no setor atualmente são Itaú e Santander, com 30,2% da fatia de mercado, destacando-se com crescimento no lucro líquido, mesmo diante da alta dos juros.
As fintechs, como Nubank, Banco Inter e C6 Bank, também estão de olho no novo produto. O Banco Inter, por exemplo, espera que o novo consignado seja uma alavanca para o cumprimento de sua meta de crescimento, visando uma base de 60 milhões de clientes até 2027.
Por fim, a taxa Selic está em 14,25%, com expectativas de que suba para 15% até o final do ano e caia para 12,5% em 2026. A nova forma de crédito consignado terá impacto significativo na forma como os bancos e as fintechs operam, mudando o comportamento do consumidor e do mercado financeiro.
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