Por aqui, costumo falar sobre a importância dos cuidados em saúde mental e diversos temas relacionados. No entanto, hoje gostaria de abordar uma pauta extremamente importante, mas nem sempre mencionada: o cuidado com quem cuida. Nesse aspecto, incluímos os cuidadores em todas as suas formas: familiares, amigos e profissionais que dedicam seu tempo e energia ao cuidado de outras pessoas.
Muitas vezes, ao voltarmos nosso olhar para a pessoa que necessita de cuidado, acabamos deixando de lado a atenção aos cuidadores. Até mesmo nós, quando estamos no papel de cuidadores, por vezes negligenciamos o autocuidado. É necessário reconhecer o esgotamento físico e emocional a que os cuidadores estão sujeitos. Devemos reconhecer a importância desse papel e, ao mesmo tempo, considerar suas limitações enquanto seres humanos.
Os cuidadores, diante da rotina exaustiva e responsabilidades, podem experimentar altos níveis de estresse e desenvolver algum adoecimento emocional, como ansiedade e depressão. Dessa forma, é fundamental priorizar o autocuidado. Embora saibamos que, diante de algumas realidades, certas ações de autocuidado são muito difíceis de acontecer – seja por causa da rotina, necessidades de quem é cuidado, etc. – algumas atitudes devem ser consideradas e priorizadas. Dentre elas, podemos citar os necessários momentos de descanso. Afinal, não somos máquinas ou robôs – e, às vezes, até mesmo estes precisam parar para recarregar. Necessitamos de momentos de pausa para que possamos dar conta das responsabilidades e afazeres do dia-a-dia. Além disso, é importante que, mesmo diante da rotina exaustiva, sejam priorizadas atividades de lazer e práticas de relaxamento. Outro ponto extremamente necessário é a promoção de um ambiente de apoio – família, amigos e sociedade em geral. Com suporte, os cuidadores terão mais forças para enfrentar os desafios diários.
Pais, filhos, avós, cuidadores de crianças, pessoas com deficiência e idosos, técnicos da área da saúde, médicos, enfermeiros, psicólogos… TODOS nós precisamos de cuidado. Somente conseguiremos exercer nossas funções e responsabilidades se, antes, cuidarmos de nós mesmos. Não podemos, de forma alguma, abrir mão do autocuidado, tanto físico quanto emocional e, SEMPRE que for necessário, buscar apoio e ajuda profissional.
Larissa Souza e Silva
Psicóloga – CRP 04/53514
Pós-Graduada em Saúde Mental, Psicopatologia e Atenção Psicossocial
@larissasouzapsi
psicologa.larissasouza@gmail.com
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