REDAÇÃO – A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), com apoio da Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS), desencadeou a operação Aphrodite, entre terça e quinta-feira (8/4 e 10/4). Nove mandados de prisão e um de busca e apreensão foram cumpridos, em cidades gaúchas, após denúncia de uma vítima moradora de Capelinha, cidade mineira no Vale do Jequitinhonha.
A operação decorre da conclusão do inquérito instaurado pela PCMG para apurar crimes conhecidos popularmente como “golpe do nudes” e também lavagem de dinheiro. Entre os presos estão oito homens e uma mulher, com idades entre 23 a 42 anos.
A PCMG representou ainda pelo bloqueio e sequestro de aproximadamente R$ 85 mil das contas dos investigados, sendo sugeridas as transferências dos presos para unidades prisionais de segurança máxima para o cumprimento das penas, com o objetivo de impedi-los de cometer novos crimes.
Denúncia
Em fevereiro de 2023, a vítima, homem de 34 anos, morador de Capelinha, relatou ter recebido ameaças, por meio de aplicativo de compartilhamento de mensagens, após a troca de imagens íntimas pela internet.
Segundo ele, a pessoa que enviou as mensagens, inicialmente se identificou como pai da suposta jovem com quem ele estaria trocando imagens íntimas, afirmando que a menina era menor de idade. O suspeito ainda inventou que a jovem teria sofrido um acidente, precisando ser hospitalizada, após discutir com a mãe que descobriu o envio das imagens.
Na sequência, a vítima recebeu ameaças, pelo mesmo aplicativo de trocas de mensagem, de um homem que se identificou como delegado de polícia. Em ambas as situações, foram exigidos pagamentos indevidos, inclusive para cobrir supostos gastos médicos.
Temendo por sua segurança, a vítima alegou ter transferido R$13 mil para os golpistas, mas as ameaças e pedidos de novas transferências continuaram. Por esse motivo, a vítima procurou a Polícia Civil, que iniciou as investigações.
Levantamentos policiais
Com base em levantamentos, a PCMG, com apoio da PCRS, apurou que três homens, com idades entre 23 a 28 anos, reclusos no sistema prisional gaúcho, estariam envolvidos na execução do “golpe do nudes”.
As apurações apontaram ainda que o trio era auxiliado por uma mulher, de 42 anos, mãe de um dos investigados. Em função de sua liberdade, ela comprava novos chips, habilitava as linhas telefônicas e fornecia aos suspeitos para serem usadas na extorsão.
Durante as investigações, os policiais civis identificaram outras quatro vítimas do grupo criminoso em Capelinha, assim como outras três residentes nas cidades mineiras de Turmalina, Minas Novas e Chapada do Norte.
Transação
As investigações apontaram que o dinheiro recebido ilicitamente pelos suspeitos era rapidamente transferido para contas de indivíduos reclusos na mesma unidade prisional, demonstrando que além da associação criminosa para a prática do golpe, os investigados estariam envolvidos também na lavagem de dinheiro.
Conforme apurado, há fortes indícios de que pessoas de outros estados, dentre eles Amazonas, Rondônia, Bahia, Santa Catarina e Paraná, também tenham sido vítimas do “golpe do nudes” ou crime de estelionato cometidos por esse grupo.
Aphrodite
O nome da operação faz alusão a Afrodite, deusa da mitologia grega da beleza e do amor, para representar, nesse caso, o perfil falso de uma mulher atraente, usado pelos golpistas para seduzir e manipular as suas vítimas.
A ação é resultado dos trabalhos do setor de inteligência e da equipe crimes contra o patrimônio em Capelinha, e com apoio da 1ª Delegacia de Polícia em Cachoeirinha (RS), da Delegacia de Polícia em Ijuí (RS), da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) em Erechim (RS), da Delegacia de Polícia em Santa Rosa (RS) e da Delegacia de Polícia em Palmeira das Missões (RS).
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