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Oposição conquista presidência da Câmara de Bom Jesus do Galho

Oposição conquista presidência da Câmara de Bom Jesus do Galho

BOM JESUS DO GALHO (Por Goretti Nunes) – O cenário político na cidade foi marcado na tarde de ontem por uma reviravolta inesperada durante a posse do prefeito e dos vereadores. Moisés Raspante, eleito vereador com apoio do prefeito reeleito, surpreendeu ao lançar candidatura própria à presidência da Câmara Municipal alinhado à oposição. Raspante venceu a disputa, desbancando o propósito do prefeito que contava com o vereador na base governista.

A chapa vencedora, composta pelos vereadores Moisés Raspante (presidente), Borel (vice-presidente), João Paulo (primeiro-secretário) e Adriana (segunda-secretária), é totalmente formada por membros da oposição. A vitória gerou tumulto entre os apoiadores do prefeito, que esperavam uma eleição favorável ao governo. Parte do público presente reagiu com vaias, enquanto outros abandonaram o plenário em protesto, acusando Raspante de “traição”, após o prefeito comparar o rompimento do vereador com a traição de Judas. Em seu pronunciamento, o prefeito, que entra em seu quarto mandato, acusou “pessoas que têm sede do poder”.

CASAMENTO

O novo presidente da Câmara rebateu as críticas e defendeu sua decisão como parte do processo democrático. “Alianças políticas são feito casamento: às vezes, é melhor desmanchar no altar do que carregar o fardo de uma união que não beneficia ninguém. Minha escolha foi pelos interesses da população, não por conveniências políticas”, afirmou Raspante.

A movimentação expôs o descontentamento com o estilo de governar do prefeito, descrito por adversários como autoritário e centralizador. O agora presidente da Câmara justificou sua decisão como um posicionamento a favor da democracia e do bem-estar da população, em contraste com os “projetos questionáveis” defendidos pela gestão municipal.

Fontes próximas ao Executivo revelaram que o prefeito reeleito estava confiante de que sua base garantiria a presidência da Câmara, contando com articulações políticas tradicionais. “Ele é ex-perito em manobras desse tipo, mas dessa vez a estratégia falhou e ele viu-se surpreendido pela vitória de uma oposição fortalecida”, comentou um analista político. A derrota foi encarada como uma afronta pessoal, especialmente diante do histórico de alianças baseadas na distribuição de cargos estratégicos.

O JOGO VIROU

Curiosamente, o que ocorreu com o prefeito nesta eleição da Câmara é o mesmo tipo de movimento que ele protagonizou no início de sua gestão 2021-2024. Na época, vereadores da oposição, como Eliezer (hoje vice-prefeito) e Zi do Posto, foram cooptados para apoiar a administração durante os quatro anos de mandato. “Desta vez, o prefeito sentiu na pele o que é ver sua base ruir antes mesmo de começar o jogo”, comentou um analista político.

Ele observa que “a articulação reforça um cenário de maior equilíbrio de forças na cidade, dificultando a aprovação de projetos defendidos pelo Executivo, que vêm sendo questionados pela oposição por comprometerem o bem-estar da população”.

Com a presidência da Câmara sob controle da oposição, a expectativa é de debates mais intensos e cobranças incisivas por parte dos vereadores. “A derrota no Legislativo tende a repercutir nos próximos anos, complicando a aprovação de pautas e impondo ao Executivo uma gestão mais transparente e alinhada aos interesses populares, alterando profundamente os rumos da gestão municipal”, sublinha um morador de Revés do Belém.

 

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