(foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro)
O Cruzeiro iniciou a caminhada na Copa Sul-Americana com as expectativas dos torcedores nas alturas. As razes eram bvias: primeiro, pelo recheado elenco, que, segundamente, havia tido a oportunidade de treinar com o ento novo tcnico, Leonardo Jardim, por cerca de um ms devido eliminao no Campeonato Mineiro; para completar, os celestes tinham estreado com vitria – mesmo que no to convinvcente – no Campeonato Brasileiro (2 a 1 sobre o Mirassol, em casa). Entretanto, nada ocorreu como esperado. Por diversos fatores, a Raposa fez campanha irreconhecvel e perdeu a chance de se classificar no Grupo E, composto por trs adversrios inferiores, ainda na quarta rodada.
No momento em que a Confederao Sul-Americana de Futebol (Conmebol) sorteou as chaves da competio, a impresso era de que o Cruzeiro se daria bem diante de Unin, da Argentina, Mushuc Runa, do Equador, e Palestino, do Chile. Antes da estreia, a torcida ainda no estava completamente convencida com o trabalho de Leonardo Jardim, mas havia alta expectativa justamente pela suposta qualidade dos adversrios e dos representantes celestes.
Trs derrotas em trs rodadas
Em 1 de abril, o Cruzeiro visitou o Unin no Estdio 15 de Abril, em Santa F, na Argentina. Cssio, William, Gamarra, Fabrcio Bruno, Villalba, Romero, Walace, Christian, Wanderson, Lautaro e Gabi foram os escolhidos por Leonardo Jardim. O que se viu em campo foi pouca tcnica e apatia. No ltimo minuto do acrscimo, o castigo: Diego Daz deu a vitria por 1 a 0 aos mandantes.
Ali, a desconfiana passou a ocupar espao. Mas a chance da redeno estava prxima. Em 9 de abril, a Raposa recebeu o modesto Mushuc Runa no Mineiro, em Belo Horizonte. Diferentemente do que se imaginava, o Cruzeiro no conseguiu jogar, e os equatorianos, que haviam aberto o placar, venceram por 2 a 1. Ali, atuaram como titulares Cssio – duramente criticado por falha – William, Fabrcio Bruno, Jonathan Jesus, Marlon, Eduardo, Romero, Matheus Henrique, Matheus Pereira, Gabi e Dudu.
Na terceira rodada, em 24 de abril, triunfo diante do Palestino no Francisco Snchez Rumoroso, em Coquimbo, era essencial para que a Raposa pudesse respirar no torneio. Mais uma vez, a decepo. Os celestes at foram dominantes, mas, castigados pela ineficincia, perderam por 2 a 1 – tambm saram atrs no marcador.
At ento, Leonardo Jardim encontrava dificuldades para potencializar os jogadores. O comandante conseguiu encontrar uma escalao ideal trs jogos antes do duelo com o Palestino, no empate por 1 a 1 com o So Paulo, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro.
Entretanto, pela j complicada situao no Grupo E, preferiu no entrar com fora mxima diante dos chilenos – fato que no pode ser utilizado como desculpa pelo tropeo. Naquela ocasio, comearam jogando Cssio, Romero, Fabrcio Bruno, Jonathan Jesus, Kaiki, Murilo Rhikman, Walace, Rodriguinho, Lautaro Daz, Gabi e Dudu.
Justamente depois do confronto, uma ‘bomba’ explodiu nos bastidores celestes. Insatisfeito com a condio de reserva, Dudu disse no entender por que no ocupava espao entre os titulares. Na partida seguinte, contra o Vasco, pela Srie A, foi cortado. Segundo Leonardo Jardim, no apenas a declarao o levou a tomar tal deciso, e sim comportamentos internos. Na sequncia, depois de muita novela, clube e atacante encerraram contrato. Antes disso, Marlon havia sido emprestado ao Grmio.
Eliminao sacramentada
Em 7 de maio, o Cruzeiro viajou ao Estdio Olmpico de Riobamba, na cidade homnima, para enfrentar o Mushuc Runa. Era vencer ou vencer para sobreviver. Mais uma vez, a equipe levou o primeiro golpe e conseguiu apenas empatar. Com um ponto, o primeiro at ento na competio, no tinha mais condies de avanar ao mata-mata.
Depois, restou Raposa fechar cumprir tabela. Recebeu no Gigante da Pampulha o Palestino e venceu por 2 a 1, nos acrscimos, em 14 de maio. Nessa quarta-feira (28/5), jogou com o Unin, no conseguiu furar a meta adversria e apenas empatou sem gols. Nas trs ltimas oportunidades, Leonardo Jardim seguiu com time alternativo – deu, inclusive, duas chances ao goleiro Lo Arago.
Fatores cruciais para a queda do Cruzeiro
O primeiro fator crucial para a queda do Cruzeiro foi a falta de reao. Em todas as partidas, com exceo da ltima, a equipe sofreu o primeiro golpe dos duelos. Aqui entra o segundo fator: frequentemente aptica, a Raposa no teve flego nem criatividade para virar, apenas diante do Palestino, pela quinta rodada – por vezes, os celestes no tiveram objetividade.
O descompasso em campo, isto , a falta de entrosamento, tambm foi perceptvel. Os times alternativos acionados por Leonardo Jardim no conseguiram engrenar. Como mencionado anteriormente, a obrigao do Cruzeiro era colecionar resultados positivos independentemente de quem estivesse em campo devido ao nvel dos adversrios.
Desde o incio, o comandante pareceu no priorizar a Sul-Americana. Depois do jogo que sacramentou a eliminao, o treinador minimizou o vexame: “ uma experincia que o Cruzeiro no pode jogar esta competio. Ns no queremos jogar esta competio, queremos jogar outra, a que jogam os melhores Por isso, temos que estar focados nas outras competies de forma que no voltemos a essa”.
No incio da atual temporada, Pedro Loureno, scio majoritrio da Sociedade Annima de Futebol (SAF) do Cruzeiro, afirmou que as obrigaes do time so levantar ao menos um ttulo e conseguir vaga na Copa Libertadores de 2026 – agora, para atingir o principal torneio do continente, a Raposa tem de vencer a Copa do Brasil ou terminar o Campeonato Brasileiro no G6, que pode se expandir ao longo da temporada.
Ainda, diversas vezes, os celestes bateram cabea defensivamente, principalmente em bolas areas. Em seis jogos pela competio, a equipe foi vazada sete vezes, mdia de 1,16 por partida – em paralelo a isso, o ataque no compensou. Atualmente, Leonardo Jardim parece ter conseguido sanar o problema defensivo, que j persistia desde o incio da temporada. Ao considerar todos os duelos do ano, a mdia de gols sofridos do time de 0,89.
Grupo do Cruzeiro na Sul-Americana
- Mushuc Runa 16 pontos 5 vitrias e 1 empate
- Palestino 9 pontos 3 vitrias e 3 derrotas
- Cruzeiro 5 pontos 1 vitria, 2 empates e 3 derrotas
- Unin 4 pontos 1 vitria, 1 empate e 4 derrotas
Prximos jogos do Cruzeiro
Sem a Sul-Americana no calendrio, o Cruzeiro volta a campo neste domingo (1/6), quando recebe o Palmeiras no Mineiro, s 19h30, pela 11 rodada do Campeonato Brasileiro. Antes da parada para a Copa do Mundo de Clubes, visita o Vitria no Barrado, em 12 de junho (quinta-feira), s 19h, pela 12 rodada.
A Raposa tambm est garantida nas oitavas da Copa do Brasil. No entanto, ainda no sabe o adversrio – pode ser qualquer um dos outros 15 classificados – nem a data dos confrontos de ida e volta, previstos para 30 de julho e 6 de agosto, respectivamente – a Confederao Brasileira de Futebol (CBF) no realizou o sorteio para a definio dos duelos nem detalhou o calendrio.
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