Um novo estudo revela que 39% das lideranças no Poder Executivo brasileiro são ocupadas por pessoas negras ou indígenas, refletindo um aumento significativo ao longo dos últimos 25 anos. Apesar de serem a maior parte da população, os homens brancos continuam dominando as posições de liderança, representando 35% desses cargos.
Os dados fazem parte da pesquisa intitulada Lideranças Negras no Estado Brasileiro (1995-2024), divulgada em 28 de dezembro e realizada pelo Núcleo de Pesquisa e Formação em Raça, Gênero e Justiça Racial (Afro-Cebrap) com apoio da Fundação Lemann e Imaginable Futures.
A pesquisa abrange dados do Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (Siape) e entrevistas com lideranças, apresentando uma análise desde o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995) até o atual terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Em 1999, apenas 22% dos cargos de liderança eram ocupados por pessoas negras ou indígenas. Em 2024, esse número subiu para 39%, um aumento de 17 pontos percentuais.
Dados Significativos
Os homens negros ou indígenas ocupam agora 24% dos cargos, enquanto as mulheres negras ou indígenas estão em 15% das posições. Em comparação, as mulheres brancas ocupam 26% dos cargos de liderança.
“Observamos uma sensível mudança na participação de negros e indígenas, especialmente em cargos de menor autoridade, onde a presença de mulheres é mais expressiva”, afirma Flavia Rios, coordenadora da pesquisa.
Desigualdade nos Cargos de Alto Escalão
Embora tenha havido avanço, a desigualdade persiste, especialmente nas posições de alto escalão, onde 46% dos cargos são ocupados por homens brancos. A presença de homens negros e indígenas é de apenas 16% nesses níveis, com as mulheres negras ocupando 11% dos altos cargos.
Influência das Políticas Afirmativas
O estudo também destaca a importância das ações afirmativas, como a Lei 12.990/2014, que reserva 20% das vagas em concursos públicos para pessoas negras. Além disso, o Decreto 11.443/2023 estabelece que até 30% dos cargos comissionados devem ser ocupados por pessoas negras até 2025.
A pesquisa conclui que, apesar do progresso, muito ainda precisa ser feito para garantir a equidade racial e de gênero no Brasil, instando o governo a investir em formação de lideranças e a diversificar todos os setores da administração federal.
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