TIMÓTEO – “Pânico e tumulto” na manhã desta segunda-feira (30) dentro de um ônibus da Autotrans/Saritur, que fazia a linha Macuco ao Terminal Rodoviário de Timóteo.
De acordo com relato de uma passageira que pediu para não ser identificada, o ônibus que saiu do bairro Macuco, regional Leste da cidade de Timóteo por volta das 06h25, com o motorista fazendo também a função de cobrador, chegando ao bairro Alegre, parou para o embarque de mais passageiros e arrancou com a porta traseira aberta, o que preocupou os passageiros. Aos gritos os passageiros pediam ao motorista para fechá-la. Segundos após o fechamento da porta, contou a passageira, ouviu-se um grande estrondo, como se o ônibus estivesse sendo arremessado. “Uma correria e empurra-empurra dentro do coletivo”, relatou.
A passageira lembrou que ao parar o veículo, tanto o motorista quanto os passageiros perceberam o que havia acontecido de fato: o elevador de deficientes despencou caindo no asfalto. A passageira revelou que não consegue esconder o pavor que sentiu juntamente com outros passageiros. “Fiquei pensando se o elevador estivesse sendo usado por um cadeirante. Meu Deus!. Imagina”, disse ainda assustada a passageira.
Passado o susto, o veículo com o elevador danificado foi substituído por outro. Os passageiros afirmaram que mais uma vez iriam chegar atrasados ao trabalho devido a situação do transporte coletivo.
Apesar da Prefeitura de Timóteo ter conhecimento de que o problema mais recorrente na frota sucateada da Autotrans/Saritur ser os elevadores devido ao mau funcionamento dos mesmos com riscos de acidentes, conforme informado pelo subsecretário municipal de Mobilidade Urbana, Jorge Ulhôa, que é o gestor responsável pelo contrato de concessão da Autotrans, nada de concreto acontece com a concessionária, que já apresentou motivos de sobra para o cancelamento da concessão.
CPI
No último dia 23, em depoimento na Comissão de Inquérito instalada na Câmara de Timóteo para compreender o contrato da empresa Autotrans/Saritur com a Prefeitura de Timóteo, o subsecretário municipal de Mobilidade Urbana, Jorge Ulhôa, que é o gestor responsável pelo contrato de concessão da Autotrans, afirmou que a idade média dos veículos ora em circulação na cidade é de 10 anos.
Com relação à fiscalização da frota, o subsecretário informou que todos os carros são inspecionados mensalmente e observado o estado dos pneus, poltronas, funcionamento do elevador para pessoas com deficiência, cinto de segurança do elevador, limpeza dos veículos, dentre outros pontos. Segundo Jorge Ulhôa, o problema mais recorrente é com o elevador. Mas, quando há situação de mau funcionamento, nós pedimos para recolher.
Trocadores
A ausência dos cobradores nos ônibus foi outro ponto de destaque na oitiva. A Lei Municipal 2.923/09, em seu Art. 2°, proíbe a circulação de ônibus e micro-ônibus sem a presença de trocador ou profissional de função congênere. Contudo, conforme apurado pela comissão, a maior parte dos veículos está circulando sem a presença do trocador.
Diante da situação, o subsecretário foi questionado o que foi feito para mudar a situação. “O Município já notificou a Autotrans, mas a única forma de punição é o cancelamento da concessão, já que o contrato não prevê multa, só faz menção à lei”, ponderou. Conforme a legislação, a ausência de trocador implica a perda da concessão.
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