Petrobras retoma obras da Refinaria Abreu e Lima com 4,9 bilhões em contratos

A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (16) a assinatura de três contratos no total de R$ 4,9 bilhões para a conclusão das obras da Refinaria Abreu e Lima, localizada em Pernambuco. Os trabalhos estavam paralisados devido às investigações da Operação Lava Jato.

Os contratos foram adquiridos pela Consag Engenharia, parte do grupo Andrade Gutierrez, que também foi implicado nas investigações sobre a formação de um cartel de empreiteiras.

Segundo a presidente da estatal, Magda Chambriard, a refinaria é considerada estratégica para o Brasil e os novos contratos refletem o compromisso da empresa com o desenvolvimento nacional, ampliando a capacidade de refino e a produção de derivados.

A refinaria começou a operar em 2014, mas apenas com metade de sua capacidade. A interrupção das obras ocorreu em 2015, quando as investigações da Lava Jato começaram a revelar irregularidades significativas.

De acordo com um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), o projeto da refinaria foi classificado como um grande fracasso comercial, tendo consumido aproximadamente US$ 18 bilhões (equivalente a cerca de R$ 100 bilhões atualmente).

A decisão de reiniciar as obras foi tomada após o recomeço do terceiro mandato do presidente Lula, que vê na Petrobras um papel vital na geração de empregos e impulso econômico. A meta é aumentar a capacidade de refino de 130 mil para 260 mil barris por dia.

Visando uma conclusão eficiente do projeto, em janeiro, a gerente de projetos da Petrobras, Mariana Cavassin, destacou que a viabilidade econômica do projeto é robusta e que o retorno esperado é positivo para a empresa. A previsão de custos para a finalização das obras varia entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões.

A Petrobras cancelou uma primeira licitação devido a preços elevados. A segunda licitação buscou orçamentos mais competitivos, com prioridade ao consórcio que apresentasse o maior desconto.

No novo planejamento estratégico do governo Lula, a Petrobras estima US$ 17 bilhões em investimentos em refino nos próximos cinco anos. Além da Refinaria Abreu e Lima, a empresa também pretende reiniciar projetos no antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).