A Polícia Federal solicitou nesta terça-feira (17) o indiciamento de mais de 30 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no inquérito que investiga o funcionamento da chamada “Abin paralela“. Essa investigação revela o uso irregular da estrutura da Agência Brasileira de Inteligência para monitorar autoridades, jornalistas e opositores políticos durante a presidência de Bolsonaro.
Além de Jair Bolsonaro, foram indiciados o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), que é filho do ex-presidente, e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que exerceu a função de diretor da Abin na administração anterior.
A PF expôs que o grupo utilizou um software de geolocalização denominado FirstMile para monitorar dispositivos sem autorização judicial. Este sistema teve sua utilização registrada cerca de 60 mil vezes entre 2019 e 2023, com um pico em 2020, durante as eleições municipais.
Entre os alvos da espionagem ilegal estão os ministros do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, o ex-governador do Ceará, Camilo Santana (atualmente ministro da Educação), além de diversos jornalistas.
A investigação também sugere que a Abin foi utilizada para criar relatórios que visavam proteger o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso relacionado às “rachadinhas”, quando ele atuava como deputado estadual no Rio.
Em janeiro deste ano, a PF conduziu operações em endereços associados a Carlos Bolsonaro e identificou quatro núcleos operacionais dentro do esquema. Foram identificadas duas assessoras: Luciana Almeida, vinculada a Carlos, e Priscilla Pereira e Silva, associada a Ramagem. Ambas atuaram como intermediárias na troca de informações de interesse da família Bolsonaro.
Dentre as evidências coletadas no inquérito, destaca-se uma troca de mensagens onde Luciana solicita a Ramagem acesso a inquéritos sigilosos envolvendo membros da família. Em outra comunicação, Ramagem aparece atendendo pedidos de Carlos para localizar investigações eleitorais contra adversários no Rio de Janeiro.
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