(foto: Jair Amaral/EM/D.A. Press)
Nos ltimos meses, o Atltico tem enfrentado dificuldades para honrar pagamentos a atletas, empresrios e outros clubes. Mas por que isso tem acontecido? Gestor da Sociedade Annima de Futebol (SAF) do Galo, o empresrio Rafael Menin explicou o cenrio em entrevista coletiva concedida no ltimo sbado (7/6), na Arena MRV, em Belo Horizonte.
A dvida mais “conhecida” do Atltico no mercado da bola com o Cuiab. No ano passado, o clube mineiro atrasou uma das parcelas relativas ao pagamento pela contratao do atacante Deyverson, que hoje defende o Fortaleza.
A pendncia foi levada pelo clube matogrossense Cmara Nacional de Resoluo de Disputas (CNRD) e, at hoje, corre na Justia. O Dourado cobra a dvida com juros e chegou a acionar os empresrios da SAF alvinegra junto ao Banco Central.
H dbitos a serem quitados com outras instituies do futebol brasileiro. Dois deles so Athletico-PR e Corinthians, pelas contrataes do atacante Cuello e do volante Fausto Vera, respectivamente.
Nas ltimas semanas, o No Ataque tambm pde apurar que o Atltico conviveu com atrasos de direitos de imagem e salrios dos atletas. Empresrios do mundo da bola tambm cobram acordos no cumpridos por parte do Galo em 2025.
Rafael Menin explica atrasos de pagamentos
Ao explicar a situao financeira da SAF do Atltico, Rafael Menin revelou que o clube no conseguiu concluir uma operao financeira que estava prevista para o primeiro semestre. A captao envolvia o alongamento de parte do endividamento oneroso – que o que gera juros mensais e prejudica a sade financeira da empresa.
O acionista tambm mencionou pendncias de outros times com o Galo no mercado, que totalizam R$ 24 milhes – montante que deveria ter sido recebido nos primeiros meses de 2025. Alm disso, citou o “atraso” na reinaugurao da Arena MRV, que ficou fechada para obras de instalao do gramado sinttico.
Por fim, Menin garantiu que gestores e funcionrios da SAF “sofrem” com as pendncias financeiras do Atltico. Os profissionais tm buscado renegociaes constantes com credores no dia a dia.
A resposta de Rafael Menin sobre atrasos de pagamentos
“A gente previa, ao longo do primeiro semestre, fazer uma captao – uma captao significa o alongamento do endividamento – que a gente no conseguiu concluir ainda, infelizmente. O mercado est um pouco mais difcil, eu diria. Um pouco mais hostil. A gente tem um processo em andamento, que infelizmente no foi concluso at maio, que era nossa data prevista. Esse processo deve ser concludo, se tudo correr bem, no fim do terceiro trimestre, ou no comeo do quarto trimestre.
A gente espera resolver essas pendncias. Para a gente, como gestores e scios de outras empresas, empresas de capital aberto, voc no sabe o quanto ruim no honrar um pagamento. E de fato aconteceu. De alguns clubes, a gente atrasou parcelas. Pagamos algumas, no pagamos outras. Deixamos de receber tambm, isso bom que se fale. Tinha no nosso fluxo de caixa uma previso de receber R$ 24 milhes at agora, que ns no recebemos.

A Arena, infelizmente, demorou um pouco mais para ser reaberta. Vocs sabem que o desempenho financeiro da Arena muito superior ao que do Mineiro e tambm do Independncia. Isso nos atrapalhou um pouco. Ento, de fato, foi um semestre duro.
Tem sido falado com muita frequncia sobre atraso de salrio, atraso de imagem. Teve alguma coisa. No so atrasos de 30 dias. So atrasos menores. O salrio tem que ser pago at o dia 5, foi pago no dia 10. Imagem que tem que ser paga at o dia 20 atrasou 10, 15 dias em alguns meses. Isso at aconteceu, no foi a primeira vez. J aconteceu em 2023, em 2022, em 2021… O que a gente luta muito para que no haja um acmulo de atraso, porque a gente sabe que isso pode ter impacto em campo e tambm porque a gente tem que honrar.
Se existe um contrato assinado com um empresrio, com um atleta, a gente tem que honrar. De fato, a gente piorou um pouco nesse quesito no primeiro semestre desse ano, principalmente por essa operao que no foi concluda a tempo. Mas no a primeira vez. Nesse ciclo nosso de 20 a 24, ocorreram eventos dessa natureza numa magnitude menor. Mas voc pode ter certeza que eu no estou dormindo por isso.
Eu sofro demais. O Bruno (Muzzi, CEO) sofre demais, o Thiago Maia (CFO) tambm sofre demais. A gente ter que pegar o telefone e, s vezes, ligar at para um banco, para um fornecedor e ter que pedir desculpas. Falar: ‘P, estamos tentando. Vamos tentar te pagar’. Isso muito ruim. muito duro para quem est a numa trajetria empresarial de dcadas, construindo uma reputao.
Eu acho que os scios da SAF tm uma reputao muito boa. E essa reputao no foi construda por acaso. Foi fruto de muito trabalho. E ter que passar por isso, voc no sabe o quanto isso di na gente. Mas estamos trabalhando para resolver o mais rpido possvel.“
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