No último domingo (18), celebrado o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, a feira de artesanato no Cine Brasília trouxe à luz o trabalho de Marcus Danyel Martins, de 22 anos, e outros pacientes dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) do Distrito Federal.
Os produtos, que incluem bordado, macramê e crochê, visam gerar renda e apoiar iniciativas como o projeto de teatro e cinema da Companhia Atravessa a Porta, que opera dentro do Caps do Paranoá, a cerca de 20 quilômetros da capital.
Danyel, que antes enfrentou diversas internações psiquiátricas devido à depressão, destaca a diferença entre as experiências:
“No hospital, é muito medicamento e pouca gente conversando com você. Já no Caps, o pessoal é mais atencioso. Dá até para fazer algumas amizades”.
O projeto Atravessa a Porta, premiado em primeiro lugar na Mostra Distrital de Práticas Profissionais, aborda a psicologia em sua relação com a arte. Amanda Gayatri, psicóloga responsável pelo projeto, destacou:
“Quando a gente coloca em movimento para serem inspirações para a criação, isso também se torna uma ponte para o mais social”.
O grupo também produziu o longa-metragem Capsianos, que retrata as histórias de usuários de Caps no DF, apresentado no Cine Brasília.
A premiação foi parte da programação da Mostra de Cinema Antimanicomial Raquel França, reconhecendo práticas exitosas em psicologia. Thessa Guimarães, presidente do Conselho Regional de Psicologia do DF, enfatizou:
“São trabalhos de cuidado da saúde mental e do sofrimento psíquico em liberdade, com respeito à dignidade humana”
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Recentemente, projetos como “Maluco voador: voos entre a saúde mental e cultura popular”, de Filipe Willadino Braga, e “A quem pertence a cidade?”, de Manuela Silvestre Fernandes Alencar, também foram premiados.
A assistência a pessoas em sofrimento psíquico no Brasil se dá por meio da Rede de Atenção Psicossocial do SUS, onde é garantido atendimento multiprofissional gratuito.
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