A inadimplência entre as famílias apresentou uma redução pelo terceiro mês consecutivo em fevereiro, conforme revela a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta segunda-feira (10) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
No entanto, o estudo indicou que o endividamento voltou a crescer, sinalizando que as famílias estão tomando novas dívidas com condições mais favoráveis para saldar dívidas anteriores. Em fevereiro, o percentual de famílias endividadas alcançou 76,4%, refletindo uma alta de 0,3 ponto percentual em relação a janeiro, mas uma diminuição de 1,5 ponto percentual em relação ao mesmo mês do ano anterior (77,9%).
A inadimplência, que contabiliza as dívidas em atraso, caiu 0,5 ponto percentual, totalizando 28,6%. O número de famílias que não conseguem honrar as dívidas em atraso também apresenta uma tendência de queda, atingindo 12,3%.
Segundo José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC (Sesc-Senac), “a taxa média de juros cobrada aos consumidores teve uma redução, o que pode ter levado as famílias a se preocuparem mais com os juros das dívidas atrasadas, considerando vantajosa a troca de crédito”.
A pesquisa também revelou que o percentual de consumidores com dívidas superior a 90 dias vem diminuindo, totalizando 48,2% dos endividados, o menor número desde julho de 2024. Além disso, o percentual de indivíduos com mais da metade de sua renda comprometida com dívidas reduziu para 20,5%, menor índice desde novembro de 2024.
Projeções para o futuro
O Peic indicou um terceiro aumento consecutivo no número de pessoas que se consideram “muito endividadas”, alcançando 16,1%, o maior número desde setembro de 2024. Não obstante, a porcentagem de famílias que afirmam não ter dívidas caiu para 23,5%, um alerta para a necessidade de atenção ao perfil de endividamento.
Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, projeta que o endividamento deverá continuar a ascender ao longo deste ano, com as famílias se sentindo mais seguras para usar crédito para consumo e quitação de dívidas passadas, mesmo diante da alta dos juros. A expectativa é de que a inadimplência continue a arrefecer ao longo de 2025.
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