RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O preço da gasolina nos postos brasileiros caiu apenas R$ 0,03 por litro nesta semana, reflexo de novos repasses do corte aplicado pela Petrobras em suas refinarias no dia 10. Contudo, a queda acumulada está abaixo da expectativa da estatal.
De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), a gasolina foi vendida a um preço médio de R$ 6,22 por litro. Nas duas últimas semanas, a redução foi de R$ 0,05 por litro, em comparação a uma expectativa de R$ 0,12 por litro.
Estudos realizados pela Endered TicketLog corroboram esses dados, mostrando uma diminuição acumulada de R$ 0,04 no preço da gasolina nas últimas duas semanas.
A lentidão na transferência das reduções nos preços das refinarias tem gerado críticas tanto do governo quanto da própria Petrobras. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, incentivou os consumidores a pressionarem os proprietários de postos a reduzir os preços.
Essa crítica vem após sucessivos cortes nos preços do diesel, que, apesar de demorarem, finalmente chegaram aos consumidores. Nesta semana, o diesel S-10 foi vendido a R$ 6,02 por litro, com uma queda de R$ 0,02 em relação à semana anterior.
No entanto, a Petrobras vem sendo pressionada a realizar novos cortes nos preços do diesel. Contudo, nesta sexta-feira (13), as cotações internacionais do petróleo dispararam após ataques de Israel ao Irã, desencadeando um conflito entre as nações.
A cotação do petróleo Brent, referência internacional, subiu 7% no pregão, alcançando US$ 74,23 por barril, retornando aos patamares anteriores ao início da guerra tarifária conduzida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Especialistas afirmam que a manutenção deste patamar dependerá do desenrolar do conflito. De acordo com a consultoria Argus, se houver ataques à infraestrutura petrolífera ou um eventual bloqueio do Estreito de Ormuz, a cotação do petróleo poderia ultrapassar os três dígitos.
Por outro lado, países da OPEP deverão conseguir conter a alta nos preços com aumento da oferta. “Assim, é possível que os preços se mantenham altos apenas por algumas semanas ou meses”, afirmam os especialistas.
Na abertura do mercado desta sexta, antes da disparada nos preços do petróleo, os combustíveis vendidos pela Petrobras estavam abaixo da paridade de importação calculada pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). A defasagem era maior no diesel, de R$ 0,34 por litro, e de R$ 0,16 por litro no caso da gasolina.
Para analistas, este cenário permite que a estatal espere antes de reagir a um eventual aumento nas cotações devido às tensões geopolíticas.
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