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Rebaixado, sem dinheiro e sem perspectivas: a triste realidade do Ipatinga Futebol Clube

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02 de abril, de 2024 | 17:44

Rebaixado, sem dinheiro e sem perspectivas: a triste realidade do Ipatinga Futebol Clube

Eude Aerton/Ipatinga
Depois de um campeonato desastroso e com salários ainda atrasados, resta saber como será o futuro do TigreDepois de um campeonato desastroso e com salários ainda atrasados, resta saber como será o futuro do Tigre

A queda para a Segunda Divisão do Campeonato Mineiro, na noite desta segunda-feira (1), foi o complemento de uma participação desastrosa para o Ipatinga Futebol Clube na competição. Anunciado com toda pompa como Sociedade Anônima do Futebol, inclusive apresentando um determinado “CEO da SAF” que comandaria o futebol do clube, criou-se, mais uma vez, a expectativa de que tudo seria diferente da penúria de temporadas anteriores, quando fechou as participações no Estadual (de acesso ou principal) sem honrar compromissos com jogadores, comissão técnica e funcionários. Uma prática comum no clube desde meados da década passada, acumulando uma dívida superior a R$ 30 milhões com execuções judiciais.

O tempo passou e o que se viu no desfecho foi o “mais do mesmo”. O comandante local dessa anunciada SAF, um preposto (pois, diz-se, o “dono” reside em Portugal), inclusive desapareceu da cidade nos últimos dias, decepcionado com o acúmulo de compromissos e o retorno quase nulo dos investimentos. Sabe-se que este “investidor” recebeu apenas o dinheiro da TV Globo (direitos de transmissão), pouco mais de R$ 500 mil, e teria aportado cerca de R$ 1 milhão para quitar dívidas passadas e os compromissos desta temporada.

Iludido com retorno
O que teria feito este “dono da SAF” colocar tanto dinheiro no Ipatinga? Nos bastidores, ele teria dito que recebera a promessa de que haveria dois grandes nichos de retorno este ano: um “grande jogo” no Ipatingão (contra Galo ou Cruzeiro), no qual poderia lucrar mais de R$ 1 milhão, e a arrecadação dos bares do estádio em todos os jogos, que poderia render cerca de R$ 200 mil.
A Federação Mineira de Futebol (FMF), receosa com o que aconteceu ano passado no Ipatinga 0 x 1 Atlético, não marcou o jogo contra o Galo para o Ipatingão. A tabela teve, em casa, o duelo contra o América, cujo retorno é infinitamente inferior a qualquer um dos grandes. O movimento dos bares do Ipatingão jamais teria chegado às mãos do tal “CEO da SAF”, ao contrário das despesas, que amontoavam em sua mesa diariamente.

Sem conhecimento
Outro problema: o “CEO da SAF” não conhece o mercado do futebol a ponto de montar um time competitivo de 1ª divisão. Chegaram ao CT ilustres desconhecidos, jogadores de qualidade técnica questionável e outros tantos fora de forma ou já com a data de validade vencida. E, para completar, comissões técnicas bizarras, sem conhecimento do futebol mineiro, com muita teoria e nada de realidade.

O campeonato, com primeira fase de apenas oito jogos, seguiu e os maus resultados se amontoaram. Os dirigentes da associação, “associados” à SAF no dia a dia, não agiram ou não se interessaram a ponto de mudar o rumo do desastre que se anunciava.
Ir para o “torneio da morte” parecia ser algo natural, que poderia ser superado com facilidade. Ledo engano: o elenco percebeu o desinteresse do comando, deixou de correr como deveria, os salários atrasaram. O desfecho ruim era questão de tempo.

Sem dinheiro
Com o “CEO da SAF” tendo deixado tudo para trás, a cortina foi descerrada e os problemas “estouraram” de vez. Foram feitas “vaquinhas” de última hora para cobrir as despesas recentes, incluindo parte do salário do mês de fevereiro (falta certa quantia a ser paga a diversos profissionais), deslocamentos e alimentação. Vem aí, neste dia 5, o último dia de quitar o salário de março e não se sabe se haverá pagamento.
O clube volta à estaca zero, a tal SAF é uma interrogação. Foi anunciado que a recuperação judicial estava em curso e bem alinhada na justiça. Agora, sem pagar compromissos e com ameaça de novos processos de execução, como ela ficaria? Um “estouro” de vez?

E a Série D?
O Ipatinga confirmou participação na Série D do Brasileirão, cuja estreia será no dia 28 ou 29 próximo, contra a Portuguesa-RJ, fora de casa. Quem irá comandar o time? Qual será o elenco? Quem responderá pelo futebol e o tal “CEO da SAF” deixou o barco?

A reapresentação do elenco foi marcada para a próxima segunda-feira (8), à tarde, no CT do clube, mas não se tem esta certeza. A certeza que se tem é que mais de 70% dos jogadores serão dispensados, ainda sem receber seus vencimentos.

Caso desista da competição nacional, o clube sofreria séria punição da CBF. Sendo suspenso de todas as competições, além de ser multado. A entidade aporta, em três parcelas, R$ 400 mil para cada clube desta Quarta Divisão, além de custear despesas de viagem, hospedagem e alimentação. Mas não é o suficiente para quem tem que jogar por pelo menos quatro meses (primeira fase só termina no final de julho).

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