O rendimento médio do trabalhador brasileiro alcançou o patamar de R$ 3.378, o maior já registrado desde 2012 segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados, divulgados na última sexta-feira (28), revelam que houve um aumento de 3,6% na renda em comparação ao ano anterior, superando o recorde anterior de R$ 3.365, que havia sido registrado no trimestre encerrado em janeiro de 2025.
É importante destacar que esses valores já são deflacionados, ou seja, consideram a inflação acumulada, o que reflete o verdadeiro poder de compra dos trabalhadores. A pesquisa do IBGE investiga o comportamento do mercado de trabalho para indivíduos com 14 anos ou mais, englobando diversas formas de ocupação, como empregos formal e informal, temporários e autônomos.
No último trimestre encerrado em fevereiro, a taxa de desemprego foi fixada em 6,8%.
O impacto da formalidade na renda
De acordo com a coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy, uma parte significativa do recorde no rendimento médio é atribuída à redução da informalidade no mercado de trabalho. A taxa de informalidade, que abrange trabalhadores sem direitos garantidos como férias e contribuição à Previdência Social, teve uma leve redução, caindo para 38,1% da população ocupada, comparado a 38,7% no trimestre terminado em novembro de 2024.
Ela explica: “Com uma maior proporção de trabalhadores formais, o aumento na média de rendimento é esperado, pois os trabalhadores formais geralmente têm rendimentos superiores aos não formais”.
Além disso, foi registrado um total de 102,7 milhões de pessoas ocupadas, uma queda de 1,2% em relação ao período encerrado em novembro. O setor público foi responsável pela redução de 468 mil ocupações, uma dinâmica sazonal que ocorre com a dispensa de funcionários temporários no início do ano.
Reajuste do salário mínimo e massa salarial
Outro fator que contribuiu para esse recorde foi o recente ajuste do salário mínimo, que passou para R$ 1.518, influenciando de maneira significativa o rendimento mesmo entre trabalhadores informais. Beringuy comentou que o salário mínimo atua como um balizador importante no mercado de trabalho.
A massa salarial também atingiu um valor recorde de R$ 342 bilhões, representando um crescimento de 6,2% (mais R$ 20 bilhões) em um ano. Essa soma é crucial para o motor da economia.
Contribuição para a previdência social
No trimestre encerrado em fevereiro de 2025, aproximadamente 67,6 milhões de trabalhadores estavam contribuindo para a Previdência Social, o que corresponde a 65,9% da população ocupada, o maior percentual desde julho de 2020 (66,1%). A redução da informalidade e o aumento do trabalho formal foram fatores-chave para essa expansão na cobertura previdenciária.
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