Revitalização do Edifício Misericórdia homenageia arquiteto negro em SP

A Prefeitura de São Paulo resolveu prestar uma homenagem significativa ao arquitetos Joaquim Pinto de Oliveira (1721–1811), o primeiro arquiteto negro paulista, renomeando o Edifício Misericórdia para Edifício Tebas. A mudança não apenas valoriza sua contribuição histórica, mas também destaca a importância do reconhecimento da presença negra na arquitetura.

Joaquim, que foi escravo, desempenhou um papel crucial em vários projetos de construção no final do século XVIII. Ele se destacou como um habilidoso engenheiro hidráulico na obra do Chafariz da Misericórdia, onde adquiriu o apelido de Tebas, que significa ‘homem que tudo faz’ em kimbundu, uma língua africana.

O novo Edifício Tebas contará com 43 apartamentos, sendo que 15% do financiamento será assegurado pela prefeitura. Além das moradias, o espaço incluirá um restaurante voltado para alimentos orgânicos e um espaço multiuso com deck aberto ao público, projetado para beneficiar o calçadão do centro.

Apesar de sua enorme contribuição, o reconhecimento formal de Joaquim como arquiteto só ocorreu em 2018, após o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) localizar documentos que confirmaram a autoria de suas obras. Em 2020, a Prefeitura de São Paulo inaugurou uma escultura em sua homenagem na Praça Clóvis Bevilácqua, como parte de um programa de valorização da presença negra na cidade.

Programa de Revitalização

Atualmente, o programa municipal de retrofits possui 23 projetos aprovados, totalizando 2.112 unidades habitacionais. Destes, uma parte será destinada para habitação de interesse social, enquanto outros quatro serão utilizados para atividades comerciais.

Cinco edifícios já receberam o certificado de Conclusão de Requalificação, que atesta a finalização das obras de retrofits. No entanto, a iniciativa foi criticada na Câmara Municipal por ter custos mais altos em comparação a projetos anteriores voltados ao aluguel social.