A recomendação para enfrentar o calor intenso inclui a hidratação constante e ter uma toalha úmida por perto, segundo a pesquisadora Tatiane Cristina Moraes de Sousa. Professora do Departamento de Epidemiologia do Instituto de Medicina Social da UERJ, ela alerta sobre os impactos à saúde devido ao aumento das temperaturas no Rio de Janeiro.
Nos primeiros meses do ano, mais de 5 mil pessoas buscaram atendimento médico no Sistema Único de Saúde (SUS) por conta do calor excessivo, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde.
“É fundamental considerar a exposição das pessoas ao calor: por quanto tempo, se estão em ambientes fechados ou ao ar livre”.
Os efeitos imediatos incluem sinais de exaustão e insolação, que podem levar a complicações sérias em órgãos vitais. “Desmaios e náuseas são alguns dos sintomas que indicam a aproximação de uma insolação. Em casos extremos, isso pode até resultar em óbito”, afirma Sousa, citando o triste caso de Ana Clara Benevides Machado, que faleceu devido à exaustão pelo calor em um evento.
Além dos efeitos imediatos, a exposição prolongada ao calor pode prejudicar a saúde a longo prazo. Sousa ressalta que o organismo aumenta o esforço para se manter na temperatura ideal, o que pode desencadear doenças crônicas.
As temperaturas no Rio de Janeiro têm sido alarmantes, chegando a 44º C, a maior desde 2024. Por isso, Sousa destaca que o problema do calor extremo não é exclusivo do Rio, mas deve ser abordado por diversas esferas da gestão pública e pela sociedade.
Embora existam pontos de hidratação gratuita espalhados pela cidade, evitar a exposição ao sol entre 11h e 15h é o ideal, porém isso conflita com os horários de trabalho de muitos profissionais, especialmente em ocupações informais como entregadores.
A idade dos trabalhadores é outro fator importante, com os idosos e crianças sendo mais vulneráveis às adversidades do calor. Reincidências de condições como hipertensão, diabetes e doença renal são comuns entre esses trabalhadores, aumentando os riscos.
As recomendações para aqueles que trabalham sob a luz solar direta por longos períodos incluem procurar áreas sombreadas, utilizar chapéus e reconhecê-lo como um sinal de que devem interromper suas atividades. O papel do poder público nesse contexto é essencial, principalmente no que diz respeito ao acesso a socorro e assistência durante ondas de calor.
Além disso, refrescar-se com água e toalhas molhadas deve ser uma prática contínua, não restrita ao período de verão, com a necessidade de planejamento e ações concretas para todos os períodos que possam apresentar temperaturas extremamente elevadas.
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