Ronaldo escancara problemas que encontrou no Cruzeiro: conselheiros, organizada e mais

Ronaldo Fenmeno escancarou alguns problemas que encontrou no Cruzeiro quando se tornou scio majoritrio da Sociedade Annima de Futebol (SAF) do clube, em 2021. Em entrevista ao Charla Podcast, nesta sexta-feira (21/3), o ex-jogador fez crticas aos conselheiros, a alguns comportamentos da torcida organizada, estrutura dos centros de treinamentos e m gesto da equipe feminina e das categorias de base.

Quando vendeu a parte que lhe pertencia a Pedro Loureno, Ronaldo j vinha sendo alvo de crticas de torcedores, que exigiam, principalmente, mais investimento no elenco. Questionado acerca da relao com os adeptos, ‘tirou da gaveta’ questes nocivas ao clube que, quando alteradas, incomodaram.

Conselheiros e torcida organizada

O primeiro exemplo dado por Ronaldo diz respeito relao entre os conselheiros da Raposa, criticados por suposta ociosidade, e os membros de torcidas organizadas – nominalmente, citou a Mfia Azul.

“Tem uma coisa complicada para todo mundo entender que a poltica de associao. Tem l 400 conselheiros sem fazer nada. Tiraram o futebol (com a chegada da SAF), no tinham nada para fazer, piorou. Eles tinham os contatinhos, torcida organizada, davam ingressos para c, camisas para l. (Torcedores) no xingavam eles, xingavam quem estava ali”, iniciou.

Segundo Ronaldo, o problema persiste: “E ainda tem essa relao, tem gente operando por trs da Mfia Azul. Para voc ter uma ideia, chegamos l, e a abrindo as gavetas dos problemas do clube, um jogo no Mineiro j partia de menos 20 mil ingressos que tinham que dar para a Mfia Azul de forma gratuita. Eles vendiam para a turma deles e era a forma de monetizar. Eu chego, j corto. Os caras estavam me amando. Uma semana depois, j estavam me odiando. Voc organizada para torcer. Voc precisa comprar o meu ingresso, amigo. lgico. Voc precisa comprar o meu ingresso para me ajudar. Me ajuda a te ajudar, velho”.

Posteriormente, voltou a criticar o comportamento dos conselheiros: “Cada conselheiro tinha 50 camisas que a gente tinha que dar. Ns chegamos l e falamos cara, isso aqui no pode ser. Ns chegamos l todo ano, nos ltimos trs anos, comeava o ano j com o Cruzeiro devendo 2 milhes de reais de camisas para a Adidas. J parte assim. 300 conselheiros, 350, cada um pedia 50. Faz as conta de quantas camisas so”.

Aceitao entre os torcedores

Cortar tais relaes, de acordo com Ronaldo, contribui para a queda da aceitao do gestor, algo conversado com o atual scio majoritrio da SAF.

“ complicado e eu falei muito com o Pedrinho sobre isso. Para mudar as coisas, tinham medidas impopulares, e muita gente ia ficar chateado. Eu sempre entendi isso bem. S que esse movimento de torcida organizada, que uma coisa que est vendo o lado financeiro, o negcio dela, contamina o torcedor normal que compra o ingresso. Porque o torcedor normal v a torcida organizada reclamando e, chegando, vai l fazer”, seguiu.

O ex-jogador ainda ressaltou que consegue lidar com reaes e elencou alguns motivos que o fizeram embarcar na ideia de adquirir a maior parte da SAF do Cruzeiro: “O normal que tenha (sentimento de gratido por parte da torcida), n? Eu acho, mas eu no ligo para isso, no. Eu no quero buscar reconhecimento, A histria est a, os fatos. Eu fiz porque eu acreditei primeiro no potencial do Cruzeiro. Segundo que foi uma bela oportunidade de negcio. E terceiro porque eu sabia que tinha capacidade para fazer acontecer”.

Sucateamento

Outra questo mencionada por Ronaldo diz respeito estrutura do clube e m gesto em relao ao feminino e s categorias de base. Segundo Fenmeno, quando retornou s dependncias, encontrou descaso: “ um trabalho que a gente fez de reconstruo total. O clube estava completamente abandonado. A Toca da Raposa 1 e 2 completamente abandonadas. O futebol feminino completamente largado. A base sucateada”.