Marcus Salum, presidente da SAF do América, mantém relação de respeito com dirigentes dos rivais de Belo Horizonte. Na juventude, ele e Rubens Menin, um dos acionistas do Atlético, foram colegas de turma no curso de engenharia civil da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O gestor americano também exaltou a amizade com Sérgio Coelho, mandatário da associação civil do Galo. Já Pedro Lourenço, novo dono do Cruzeiro, por vezes patrocinou o Coelho por meio de sua empresa, a rede Supermercados BH.
Ao se referir a Menin, Sérgio e Pedrinho, Salum não poupou elogios. O que deixa o presidente da SAF do América incomodado é a ideia de que precisa facilitar as negociações com Cruzeiro e Atlético. A tese é repetida por torcedores adversários nas redes sociais. É comum ver algum comentário induzindo que o Coelho “prefere vender barato a equipes de outros estados a conversar com Galo e Raposa”.
“O América não está no futebol mineiro para servir Atlético e Cruzeiro. Essa visão, de que toda vez que tenho sucesso em alguma coisa, sou obrigado a ceder para Atlético e Cruzeiro”
Marcus Salum
Salum citou como exemplo a ida de Emmanuel Martínez para o Fortaleza. O Cruzeiro estava interessado no jogador, mas, conforme a versão do presidente da SAF do América, não chegou aos valores desejados. Assim, o clube cearense concordou em desembolsar US$ 1,6 milhão (cerca de R$ 8 milhões) pela compra de 80% dos direitos econômicos do meio-campista de 29 anos.
“No caso do Martínez, o mesmo preço que o Fortaleza pagou, o Cruzeiro teve chance de pagar e não quis. Se tivesse pagado, teria ido. Mas sou julgado porque todo jogador sou obrigado a vender pra eles, porque têm mais atleticanos e cruzeirenses na rua. Todo mundo vem tirar o que o América faz. O América tem um trabalho de excelência”.
Em contrapartida, o América lida com concorrência por jovens jogadores que se destacam nas categorias de base. Os principais times que vão atrás dessas promessas são justamente Atlético e Cruzeiro. Um caso bastante notório foi o de Vitor Roque, que saiu do Coelho em 2019, aos 14 anos, para atuar na Raposa.
“Na minha base, o tempo todo estão tentando tirar. E quem tenta? Atlético e Cruzeiro. Eles têm esse direito, o que eu não quero é esse julgamento por ter obrigação de fazer. Não tenho que fazer mais barato para ninguém. Também, quando eu quero, vou atrás.
Marcus Salum
América tentou retorno de Ademir, mas Atlético vetou
Ao No Ataque, Marcus Salum revelou que o América tentou o retorno do atacante Ademir em 2023, mas o Atlético preferiu vendê-lo ao Bahia. A transferência foi fechada em 2,5 milhões de dólares (R$ 13 milhões).
Salum usou a saída de Ademir do Atlético rumo ao Bahia para explicar que nenhum clube de Belo Horizonte tem compromisso em fazer negócio com um rival da cidade, independentemente do contexto.
“Eu tentei trazer o Ademir de volta, mas o Atlético não quis abrir mão e vendeu para o Bahia. O valor que o Bahia pagou, o América podia pagar. Talvez não poderia pagar o salário, mas também tem que ver se o Ademir queria vir. A mesma coisa acontece de lá para cá. Mas em condições iguais, não tem o que fazer. O futebol mineiro nunca esteve tão apaziguado como agora”.
Ademir viveu a melhor fase da carreira no América. Em 2021, ele marcou 13 gols no Campeonato Brasileiro e ajudou o time a se classificar para a Copa Libertadores – somou 53 pontos, na oitava posição. No geral, o atacante balançou a rede 32 vezes e deu dez assistências em 121 jogos pelo Coelho.
A notícia Salum: ‘O América não está no futebol para servir a Atlético e Cruzeiro’ foi publicada primeiro no No Ataque por Rafael Arruda.
Confira a matéria completa em: noataque.com.br
por 