Samir de Araújo Xaud, de 41 anos, foi eleito, neste domingo (25/5), presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). O pleito ocorreu na sede da entidade, no Rio de Janeiro (RJ), e o mandato é válido de 2025 a 2029. Ele obteve 103 de 143 votos possíveis.
O roraimense foi o único inscrito na disputa, com apoio de 25 federações e 10 clubes. O número tornou impossível que houvesse outro candidato. Reinaldo Carneiro, presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol) chegou a ensaiar uma candidatura, mas não conseguiu concretizar sua vontade.
Oito vice-presidentes também foram eleitos: Ednailson Leite Rozenha, Fernando José Macieira Sarney, Flávio Diz Zveiter, Gustavo Dias Henrique, José Vanildo da Silva, Michelle Ramalho Cardoso, Ricardo Augusto Lobo Gluck Paul e Rubens Renato Angelotti.
Além do presidente e os oito vices, a eleição também definiu os novos nomes do Conselho Fiscal. Simon Riemann Costa e Silva, Eduardo Rigotto Netto e Frederico Ferreira Pedrosa serão membros efetivos, enquanto os membros suplentes serão Francinaldo Kennedy Lima Barbosa, Manoel Rodrigues Neto e Rodrigo Ferreira La Rosa.
Pela primeira vez na história da CBF, a sede da entidade contou com uma urna eletrônica para a realização da Assembleia Geral Eleitoral. Havia a possibilidade de voto à distância, mas clubes e federações não optaram por essa modalidade.
Processo de eleição
De acordo com o estatuto da CBF, para formalizar uma chapa, um candidato precisa ter, no mínimo, o apoio de oito federações. Apenas São Paulo e Mato Grosso não se juntaram ao bloco de Samir.
O sistema eleitoral da CBF prevê, ainda, uma peso maior às federações na contagem dos votos. No pleito, times da Série A têm peso dois, equipes da Série B têm peso um e as federações têm peso três.
As exigências para formação da chapa, assim como o peso dos clubes, são motivos de críticas por parte das equipes. Um grupo de 21 clubes decidiu nem participar da votação por discordar desse sistema.
Entre os times da Série A, fazem parte do bloco: Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Internacional, Mirassol, Santos, São Paulo e Juventude. Da Série B assinaram: América, Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo-SP, Chapecoense, Coritiba, Cuiabá, Goiás, Novorizontino, Sport e Operário-PR.
Em nota conjunta, os clubes afirmaram que não concordam com o processo vigente: “Estaremos prontos para conversar com a nova gestão, a partir da próxima semana, para que juntos possamos debater como mudar o processo eleitoral e outras demandas dos clubes em prol de um futebol cada vez melhor”.
‘Renovação’ na CBF
Xaud é médico infectologista e assumiu recentemente para o comando do futebol de Roraima no lugar do próprio pai, Zeca Xaud, presidente da FRF (Federação Roraimense de Futebol) desde a década de 1980. O mandato de Samir começaria em 2027.
Em pronunciamento declarou que terá um mandato de renovação. “Hoje iniciamos uma nova fase na Confederação Brasileira de Futebol. Nossa gestão, e faço questão de usar o plural, será marcada pela renovação das ideias e pela agregação de todos aqueles dispostos a contribuir efetivamente para o desenvolvimento pleno do nosso esporte.”
“Não cheguei até aqui sozinho. Faço parte de um grupo que se uniu com um único propósito: construir uma nova CBF, moderna, participativa e comprometida com o desenvolvimento da indústria do futebol”, acrescentou.
O novo mandatário também fez menção a Ednaldo Rodrigues, seu antecessor na presidência da entidade, e ao presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, que tinha intenção de lançar sua candidatura à CBF.
“Não poderia deixar de registrar aqui meu reconhecimento ao presidente Ednaldo Rodrigues. A ele, meus agradecimentos pela dedicação com que conduziu o futebol brasileiro até aqui. As conquistas de sua gestão são patrimônio do futebol brasileiro e merecem ser respeitadas e preservadas.”
“Aproveito a oportunidade para saudar respeitosamente o presidente da Federação Paulista, senhor Reinaldo Carneiro Bastos. A presença de um candidato qualificado como ele legitimou ainda mais essa eleição, pois a concorrência entre propostas e visões de futuro é o que torna o processo eleitoral legítimo e transparente.”
Desafios
Além de recuperar a seleção brasileira em campo, Samir Xaud terá pela frente o desafio de completar seu mandato, algo raro na CBF nos últimos tempos conturbados.
Desde a renúncia de Ricardo Teixeira em 2012, a entidade tem enfrentado uma instabilidade significativa em sua liderança. Nos últimos 13 anos, teve uma média de um novo dirigente a cada 14 meses, totalizando 11 nomes entre presidentes efetivos, interinos e interventores.
Apenas José Maria Marin completou um mandato nesse período, assumindo após a saída de Teixeira.
A notícia Samir Xaud é eleito presidente da CBF e traça propósito: ‘Renovação de ideias’ foi publicada primeiro no No Ataque por Folhapress
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